terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cuidados com o idoso no verão


Os idosos são mais suscetíveis a problemas decorrentes das altas temperaturas do verão, como as desidratações, quedas bruscas de pressão, indisposições alimentares e infecções respiratórias. Isso porque vários mecanismos de controle naturais do organismo se tornam menos eficientes com o envelhecimento, exigindo cuidados especiais com a saúde nessa época do ano.

A desidratação ocorre quando a eliminação de água do corpo é maior que a sua ingestão, levando à perda excessiva do líquido no organismo. O distúrbio é mais comum nos idosos e pode passar despercebido, agravando quadro de prisão de ventre e de cálculo renal em pessoas predispostas. Quando agravada, pode provocar queda de pressão arterial, tontura, perda da consciência, confusão mental, além de lesões em órgãos internos como rins, fígado e cérebro. 

Os idosos são um grupo com maior risco de desidratação por diversos fatores, que vão desde uma menor sensibilidade no mecanismo central da sede (isto é, o idoso sente menos sede que um jovem e, por isso, bebe menos líquido normalmente) à diminuição da função renal (menor capacidade de concentrar a urina e reter a quantidade de líquido necessário para o organismo). Assim, é muito importante oferecer água a idoso, ainda que ele não se queixe de sede e também controlar (anotar) a quantidade de líquido ingerido. Mesmo a sensação de frescor do vento pode ‘enganar’ o dispositivo responsável pela sensação de sede organismo, mesmo quando estamos num local muito quente.

A necessidade diária de água é de 30 ml para cada quilo de peso: a recomendação média é do consumo de líquido de, no mínimo, um litro e meio por dia (um volume de, aproximadamente, oito copos).  Por isso, ofereça sucos, chás, água de coco ou isotônicos, sempre considerando as orientações dadas pelo médico ou nutricionista.
Cabe alertar que a cerveja não hidrata e que o álcool, inclusive, interfere com o hormônio antidiurético, fazendo com que a pessoa perca até duas vezes mais a água através da urina. Dica: sempre observe a cor da urina; quando bem clara, é um sinal de que a hidratação está adequada.

Além da ingestão adequada de líquidos, deve-se ter atenção a outras situações que causam a eliminação de líquido, como transpiração excessiva, vômitos, diarreia ou uso de diuréticos.

A transpiração excessiva pode ser reduzida mantendo uma boa ventilação (ambiente arejado), vestuário adequado (roupas leves) e evitar a realização de atividades físicas em horários de calor mais intenso, principalmente entre 10h e 15h.
Episódios de diarreia e vômitos tendem a ocorrer com maior frequência nos meses mais quentes do ano, período em que os alimentos estão mais sujeitos à contaminação por bactérias e estragam mais facilmente. É importante sempre lavar as mãos antes de manusear alimentos e guardar todos os que forem perecíveis na geladeira. Deve-se evitar guardar comida de um dia para o outro, principalmente quando expostas por muito tempo em dias quentes.

O uso de qualquer medicamento deve ser feito sob a prescrição e supervisão médicas. O acompanhamento é importante porque, em alguns casos, adaptações são necessárias. A preocupação é maior em relação aos diuréticos (que podem agravar o quadro de desidratação, ao promover perda líquida excessiva), aos anti-inflamatórios (que, em caso de desidratação grave, podem agravar quadros de insuficiência renal) e em relação aos medicamentos vasodilatadores para hipertensão (pelo risco de queda brusca de pressão).
Quedas de pressão no verão ocorrem porque as altas temperaturas provocam dilatação dos vasos sanguíneos, visando a melhorar a transferência de calor: o sangue vai mais para a “periferia” do corpo, ajudando no resfriamento, e isso pode resultar na queda da pressão.

As infecções respiratórias nessa época do ano ocorrem por oscilações bruscas de temperatura, especialmente para aqueles que alternam o ambiente aberto com refrigerados. Por isso, apesar do ar-condicionado ser considerado indispensável para os dias de altas temperaturas, pode oferecer perigo à saúde.  É indispensável que a manutenção do aparelho, sobretudo a troca de filtros, seja feita periodicamente. Se possível, opte por janelas abertas ou circuladores de ar eficientes.

Todos esses cuidados são muitos importantes para que os idosos aproveitem o verão com saúde e conforto.

FONTE: GERIAVIDA

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Você conhece Nora Ronai?


Jovem aos 91 anos, ela mostra que vitalidade não é apenas uma questão de idade. Campeã de natação, sobrevivente do nazismo e de um câncer, ela desafia os limites do seu corpo.
A vida ensinou Nora Tausz  Rónai a vencer provas e desafiar os limites do corpo. Hoje, aos 90 anos, ela é atleta e viaja o mundo, participando de campeonatos de natação. Praticou salto em plataforma, fez slalom na neve e não hesitou em pular de paraquedas quando completou 80 anos. Mas, há 73 anos, o que estava em disputa era sua sobrevivência.

Em maio de 1941, com os pais e o irmão, Giorgio, ela desembarcou no Rio de Janeiro após uma atribulada viagem para escapar do nazismo. Professora aposentada de arquitetura, Nora narra seu caminho em Memórias de um Lugar Chamado Onde (Ed. Casa da Palavra). A história da família Tausz virou livro quase por acaso. “Minha neta precisava fazer um trabalho para a escola, contando a história de uma avó ou um avô. Com três ou quatro páginas que escrevi, ela já ficou satisfeita e recebeu nota 10”, revela Nora, que tem quatro netos e seis bisnetos.

Tempos de guerra
Muito do que a família Tausz viveu na Itália é dramático, o que Nora conta sem amargura. O regime fascista de Mussolini impunha leis raciais. Uma delas atingiu em cheio a pequena Nora. Toda criança judia era proibida de frequentar a escola “para não contaminar os meninos arianos”. Foi um dos períodos mais difíceis de sua vida. Com a guerra, ela perdeu parentes. O pai e o irmão foram levados para um campo nazista, mas acabaram resgatados. Uma próxima prisão seria fatal. Chegara a hora de deixar a Itália. A solução foi recorrer ao Vaticano, que havia recebido do governo brasileiro 3 mil vistos destinados a atender católicos e judeus batizados.

Paixão pelas piscinas
No Brasil, Nora formou-se em arquitetura e se tornou professora da UFRJ. Ela sorri diante de uma pergunta sobre o assunto de que mais gosta de falar: sua performance nas piscinas. Leva a sério. Treina quatro vezes por semana, durante uma hora, e participa das competições da Federação Internacional da Natação Amadora, categoria Máster. No passado, ela bateu o recorde mundial no Torneio Mais de Natação Máster, nos 100 m borboleta, além de ser detentora de um recorde mundial no revezamento 4x100, obtido na Suécia. Ela diz que sempre foi competitiva. Antes de nadar, praticava salto de plataforma. Mas a natação é sua grande paixão, além de ser, como admite, uma maneira de superar os momentos difíceis. É o seu refúgio. Foi após a morte do marido que ela intensificou a participação em campeonatos de máster. A partir daí, viaja o mundo, disputando campeonatos oficiais. A filha, Cora, que já a acompanhou em algumas dessas etapas, descreve a emoção de ver a mãe competir: “É muito bacana ver a reação das pessoas aos tempos e à garra da mamãe. Ela é aplaudida e cumprimentada na piscina”.

Disposição é com ela mesma. Salto de paraquedas em queda livre foi algo que a fascinou tanto que, em 2004, pediu para experimentar, como presente de aniversário dos 80 anos. Embarcou em um pequeno avião, ouviu as instruções e preparou-se para saltar. “Estava no ar, como se estivesse voando. Foi muito gostoso”, recorda. Sentiu uma certa dificuldade para respirar em função da velocidade da queda antes da abertura do paraquedas, mas aprovou a experiência. “A tontura demorou um pouco a passar. Depois, minha amiga cardiologista me passou um pito. Falou que eu não deveria ter feito aquilo. Mas estava feito” – completa, rindo. Medo,  garante que não sentiu. “Como saltava de plataforma de 10 m, tinha algum treino. Além disso, quando criança, gostava de esquiar. 

Na Itália, eu fazia slalom de uma altura de 25 m. Nem era permitido a meninas, mas eu conseguia enganar os fiscais”, diz. Para conseguir toda essa energia, Nora não tem segredos. “Nunca fui de comer muito. No café da manhã, tomo suco de berinjela ou de laranja-lima, uma caneca de café com leite e como dois pãezinhos com geleia. No almoço, gosto de frutos do mar, mas também como carne ou frango. No jantar, um lanche leve, frango com salada.”

Por causa do tratamento de um câncer, ela se afastou das piscinas em 2004. “Tive câncer no seio, passei por cirurgia e terapias fortes, mas depois de cinco semanas voltei a treinar. Na época, o médico me disse que eu teria de continuar tomando medicamentos durante cinco anos. Eu achei ótimo. Pensei: Então ele está me dando mais cinco anos”, conta rindo.

FONTE: SOU MAIS EU

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Profissionais mais velhos e os novos desafios das empresas


Perto de chegar ao ápice da mão de obra qualificada formada por jovens, companhias devem se preparar para atrair e reter profissionais com mais idade e experiência.

Ao longo das próximas décadas, o Brasil acompanhará a redução das taxas de mão de obra qualificada disponível entre os mais jovens. O auge desse fenômeno deve ocorrer em 2030.

Em 2013, a maior faixa de pessoas em idade ativa preparada para o mercado de trabalho era formada por jovens entre 20 a 29 anos. Em 2040, a maior parte dessas pessoas terá entre 40 e 49 anos. E, a partir de 2060, a faixa etária de profissionais com disponibilidade subirá consideravelmente, chegando aos 59 anos de idade. A mudança do perfil da classe economicamente ativa transformará o cenário laboral por completo, e o que se observa, no momento, é que poucas empresas estão se preparando para essa realidade futura.

Muito além de dominar o mercado consumidor, os idosos do amanhã estarão aptos para ocupar postos de trabalho e ajudar no desenvolvimento da economia. Dessa maneira, as empresas devem considerar a criação de políticas de atração e retenção de talentos, além de promover a cultura de valorização da pessoa idosa.

Essa mudança na configuração social também dará maior representatividade à terceira idade. Para se adaptar, é preciso investir na capacitação dessa força de trabalho. “As empresas precisam aprender, de forma mais rápida, como elas lidarão com as novas relações de trabalho, pois isso provoca mudanças na sociedade. Hoje, sabemos que viver mais e com mais qualidade de vida está mudando os nossos conceitos, expandindo as fronteiras do que era o trabalho na velhice. Além disso, as pessoas buscam um sentido, uma ocupação que faça a diferença na vida delas”, comentou Márcia Tavares, diretora do Centro Internacional de Longevidade Brasil, durante o III Fórum Internacional da Longevidade.

Reconfiguração do mercado de trabalho
Atualmente, já há um gap entre a força de trabalho disponível e a expectativa de contratação do empregador. A baixa qualificação está impactando o mercado porque os jovens não estão recebendo educação de qualidade. Além disso, a faixa entre 50 a 59 ainda está vivendo sob a influência de uma aposentadoria precoce. “Isso é um resquício que herdamos de um tempo em que as pessoas mais velhas eram consideradas improdutivas e, portanto, convidadas a se retirar antecipadamente do mercado de trabalho, para que abrisse espaço para os mais jovens, que eram considerados produtivos”, acrescentou Márcia, autora do livro “Trabalho e Longevidade. Como o novo regime demográfico vai mudar a gestão de pessoas e a organização do trabalho”.

Enquanto os mais jovens estão despreparados e a faixa intermediária pensa na aposentadoria, as pessoas com mais idade, e que ainda se sentem aptas para permanecer ativas, não têm oferta de trabalho digno.

Além dessas questões, que provocam déficit, existe também outro problema, que já se observa nos dias de hoje: a fuga de cérebros, que é como se diz quando profissionais capacitados deixam o país em busca de oportunidades em outros mercados. Além da evasão internacional, as empresas competirão cada vez mais pela busca da escassa mão de obra qualificada.

Todo esse contexto poderá custar mais caro, por conta da lei da oferta e da procura. “Quanto mais difícil ter acesso a profissionais qualificados, mais caro custará, o que, em grande escala, impactará as empresas financeiramente. Em meio a esse cenário, as companhias terão que continuar inovando, pois elas precisam criar produtos e serviços novos para uma população de pessoas idosas. Não apenas no papel de consumidoras, mas também como trabalhadoras. Além disso, nunca antes na história tantas gerações trabalharam juntas. O que faz com que a gestão de pessoas ganhe uma complexidade maior”, reforçou Márcia Tavares.

Experiências de fora
Diante desse novo cenário, o governo, por meio de políticas públicas e leis de incentivo, e as empresas devem estar preparados para manter pessoas mais velhas colaborando por muito mais tempo. O que se observa, no entanto, é que as empresas ainda resistem à ideia de que os idosos são uma alternativa para superar a escassez de profissionais qualificados no mercado.

Um pesquisa da PwC, de 2013, mostrou que apenas 37% de 108 empresas reconhecem que as pessoas mais velhas podem   contribuir como parte de um mecanismo para reduzir este déficit de profissionais. No entanto, apenas 12% contam com práticas direcionadas para atrair ou reter essa mão de obra. “Mas para todo problema há uma oportunidade. Na Austrália, por exemplo, foi feito um estudo, em 2012, que mostrou que, se houvesse o incremento de 3% na participação de pessoas com 55 anos ou mais na força de trabalho, haveria um ganho de 33 bilhões de dólares no produto interno bruto daquele país. Se o índice fosse 5%, o valor subiria para 48 bilhões de dólares”, exemplificou Márcia.

Como os países desenvolvidos começaram a envelhecer antes do Brasil, é possível se inspirar  na experiência de outros mercados para uma nova realidade brasileira. “Eles já conseguiram mapear demandas que a gente ainda não tem e já estão testando algumas soluções. Os erros e os acertos deles servirão de lições aprendidas para todos. Como essas nações já sabem que terão esse déficit acentuado, e não têm políticas internas que resolvam isso por completo, eles buscarão em outros lugares. Como o Canadá, por exemplo, que faz ações de incentivos para atrair imigrantes com qualificação profissional”, pontuou.


Além de se preparar para contar com colaboradores mais velhos, o aumento da expectativa de vida também traz transformações na vida dos jovens profissionais que precisarão de suporte para cuidar de pais idosos. Como hoje em dia as pessoas recebem benefícios e auxílio para cuidarem dos filhos, elas precisarão de apoio para cuidar dos familiares. “Muitos envelhecerão saudáveis e outros podem desenvolver doenças crônicas, e viverão com ela por muitos anos, o que demandará cuidados especiais. O desafio para as empresas será estar ao lado deste colaborador nesse período delicado da vida, pois é improvável que ele se mantenha criativo, produtivo, engajado, focado nas metas, trabalhando 44 horas por semana, mesmo sabendo que o pai ou a mãe está internado no hospital ou em casa com câncer”, alertou Márcia Tavares.

sábado, 21 de novembro de 2015

Porque os idosos são mais sábios, segundo a Ciência


“Dai-me coragem para mudar o que posso, serenidade para aceitar o que não posso mudar e sabedoria para perceber a diferença.” A conhecida prece mostra com bastante simplicidade o quanto a capacidade de fazer bons julgamentos é valorizada. Mas seria a sabedoria uma dádiva ou algo que se desenvolve com o tempo?

Para o neuropsicólogo russo-americano Elkhonon Goldberg, a sabedoria é uma forma de processamento mental muito avançada, que atinge seu auge apenas na velhice – justamente a época em que a capacidade do nosso cérebro começa a diminuir. Esses dois processos aparentemente contraditórios são o tema central do livro The Wisdom Paradox (“O Paradoxo da Sabedoria”, sem tradução para o português), publicado em 2014. “A velhice é sempre vista como uma época de declínio, mas ela pode trazer novas habilidades muito poderosas”, diz Goldberg.

Mas o que é a sabedoria, afinal de contas? Os dicionários dizem que é a qualidade de ter experiência, conhecimento e capacidade de fazer bons julgamentos. Goldberg prefere uma descrição mais prática. “É a capacidade de ‘saber’ a solução de um problema complicado ou inesperado de maneira praticamente instantânea e sem esforço mental. É também a capacidade de conseguir antecipar eventos que costumam pegar as pessoas desprevenidas.” Mais do que simplesmente reconhecer uma situação de crise, por exemplo, o mecanismo da sabedoria permite enxergar formas de resolvê-la. Mesmo que a pessoa nunca tenha atravessado por algo igual.

A chave para esse processo, segundo Goldberg, é a nossa capacidade de identificar padrões. Ao ver uma cadeira, por exemplo, somos capazes de identificar que aquilo é uma cadeira, sem precisar ter visto todos os tipos e modelos que existem no mundo. Isso é possível porque criamos um modelo mental da cadeira genérica, com todas as suas características comuns, e que é ativado quando vemos algum objeto que se encaixa na descrição. Isso funciona também com situações e na resolução de problemas. “Se não fosse por essa capacidade, cada objeto e cada situação que encontrássemos durante a vida seria tratado como uma coisa totalmente nova, e seríamos incapazes de usar nossas experiências anteriores”, diz o neuropsicólogo.  A habilidade de reconhecer semelhanças entre problemas aparentemente novos e outros já resolvidos é o que Goldberg define como competência.

Quanto maior o número de experiências e padrões acumulados por uma pessoa competente, maior a sua experiência num determinado campo. É por isso que um médico com vários anos de trabalho acumulados consegue resolver problemas melhor do que um recém-formado – apesar de o treinamento de ambos serem muito semelhantes. Todos nós, em maior ou menor grau, possuímos competência e conseguimos acumular experiência, diz Goldberg. “Já a sabedoria é vista como a versão mais avançada dessas habilidades e exige uma forte mente analítica e uma biblioteca de padrões bastante abrangente.”

À medida que as relações entre os diversos padrões vão sendo processadas pelo cérebro, elas vão formando redes de neurônios que Goldberg chama de “atratoras”. São “circuitos” de memórias relacionadas e que contam com diversas maneiras de ser ativados. Quando você vê o rosto de uma pessoa, ativa a rede atratora que relaciona várias outras coisas que você sabe sobre ela. A sabedoria, então, seria consequência de uma grande quantidade de redes atratoras no cérebro da pessoa. E tanto elas quanto os padrões levam tempo para serem acumulados em quantidade suficiente para resolver problemas de maneira rápida e eficiente. “Por causa disso, o envelhecimento acaba sendo o preço da sabedoria”, resume Goldberg.

Arquivo vivo
A relação entre sabedoria e envelhecimento não tem a ver somente com o acúmulo de experiências, segundo Goldberg. Outro fator importante são as mudanças que ocorrem na forma como o cérebro lida com informações. O lado direito (esquerdo, no caso dos canhotos), responsável pelo processamento de informações novas, costuma sentir os efeitos do envelhecimento antes do lado esquerdo, onde se concentra boa parte da nossa memória de longo prazo.

Na prática, a experiência e a sabedoria acabam conseguindo compensar parcialmente essa perda, diz o neuropsicólogo. “Quando somos jovens, a maior parte do nosso poder de processamento é empregada em tentar entender o mundo e as situações com as quais nos confrontamos”, explica ele. “Esse poder diminui com a idade. Em contrapartida, a maioria dos problemas que surgem pode ser resolvida com base na comparação com os padrões que foram acumulados. Isso demanda muito menos trabalho do nosso cérebro do que tentar entender uma situação completamente nova.”

A forma como a memória começa a falhar com a idade também tem um papel importante. Padrões, como as características em comum das cadeiras ou de problemas conhecidos, são muito mais resistentes ao tempo do que dados isolados – por exemplo, a informação de que Pequim é a capital da China. Por fim, o início do declínio mental costuma coincidir com a aposentadoria, época em que os desafios do  dia a dia diminuem consideravelmente.

A história traz importantes exemplos de como essas capacidades analíticas conseguem sobreviver ao tempo e, inclusive, ao início de demências. O ex-presidente americano Ronald Reagan começou a apresentar os primeiros sinais do mal de Alzheimer enquanto ainda estava na Casa Branca. Winston Churchill, primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial, teve diversos lapsos mentais e alguns derrames durante seus dois mandatos. Joseph Stalin, que comandou a ex-União Soviética por décadas até sua morte, em 1953, passou a ter diversas dificuldades de linguagem em seus últimos anos. Também há indícios de que o ditador nazista Adolph Hitler tenha começado a apresentar sinais de demências menores. O ponto comum entre essas personagens, diz Goldberg, é que, apesar desses problemas, todos eles ainda foram capazes de liderar seus países até praticamente a morte. “Sim, eles tinham muitos e muitos assessores para compensar as dificuldades. Mas em nenhum momento eles foram marionetes. Sempre estiveram no comando”, diz o neuropsicólogo.

Eram todos eles sábios? “Provavelmente não. Mas todos acumularam muitos padrões e experiências e exibiram muita competência e experiência, que serviram para levar adiante seus bons ou maus propósitos”, diz Goldberg. “Todos eles são exemplos de como o mecanismo de reconhecimento de padrões é poderoso e consegue compensar até certo ponto diversos outros problemas cognitivos.”

Somando tudo isso, fica fácil perceber que, na prática, a sabedoria trata-se mais de uma troca do que de uma supercapacidade. E é dessa forma que ela precisa ser encarada, diz Goldberg. Em outras palavras, não como o ápice do nosso processamento mental, mas como um mecanismo biológico para compensar a queda de capacidades como a concentração e a aquisição de novos conhecimentos. “Ela tem um efeito bastante considerável, mas é finito e apenas diminuiu o ritmo do nosso declínio mental, que é inevitável”, afirma Goldberg.

Experiência acumulada
Apesar de inevitável, o declínio mental é gradual em pessoas que não têm doenças degenerativas, com o mal de Alzheimer. Isso significa que é possível aproveitar bem as vantagens que a sabedoria traz. “Há diversas tarefas mentais  nas quais os idosos têm resultados tão bons quanto os de pessoas mais jovens”, diz a neuropsicóloga Jacqueline Abrisqueta-Gomez, do Hospital São Paulo. Basta não considerar o tempo gasto, o que nos idosos tende a ser maior. “Grandes empresas multinacionais costumam entregar o comando para profissionais na faixa dos 50 anos, que estão num ponto de equilíbrio entre velocidade de processamento e experiência acumulada”, diz a médica.

Há também aqueles que atingiram o ponto alto de suas capacidades exatamente na velhice. Entre os exemplos, Goldberg cita o escritor alemão Goethe. Ele escreveu o primeiro volume de sua obra-prima, Fausto, aos 59 anos, e a segunda aos 83. “Goethe escreveu muitos livros durante sua vida, mas foi justamente a obra produzida na velhice que se tornou sinônimo de seu nome através dos séculos.” Outro exemplo citado é o do arquiteto espanhol Antoni Gaudí, que morreu num acidente aos 74 anos, no auge de sua capacidade criativa.

No fundo, talvez seja a experiência e a sabedoria que nos permitam viver 60, 70, 80 ou mais anos. “Somos uma das poucas espécies cuja vida vai além do período reprodutivo”, diz Goldberg. Qual seria a importância de um indivíduo que, do ponto de vista biológico, não tem mais nada para contribuir para a perpetuação da sua espécie? “Uma possibilidade é que os mais velhos contribuam de uma maneira crítica para a sobrevivência da espécie por outros meios – particularmente na transmissão do seu conhecimento acumulado para as gerações mais novas, por meios culturais, como a linguagem”, acredita o pesquisador.


Assim como nem todos os idosos apresentam demências graves, nem todos atingirão a sabedoria. Embora o potencial de certas pessoas seja maior que o de outras, é preciso desenvolvê-lo. “Expor-se constantemente a novos desafios mentais é um ingrediente muito importante”, diz Goldberg. Sem o acúmulo de experiências que alimentam a biblioteca de padrões, mesmo a mais analítica das mentes não conseguiria chegar à sabedoria. A sabedoria, escreveu o filósofo grego Sócrates, começa com a vontade de saber.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

35º Encontro da Feliz Idade é registrado em selfies


Há quem ainda pense que a tecnologia é uma mania exclusiva entre os jovens, mas os participantes do 35º Encontro da Feliz Idade, realizado em Poços de Caldas (MG) provam o contrário.

“A tecnologia não é só para os jovens. Nós, com mais de 60 anos, também podemos usar o celular para registrar cada sorriso. E, aqui em Poços, eu já registrei milhares de sorrisos de cumplicidade. Depois, eu mando as fotos para os amigos através do aplicativo de mensagens”, conta Maria de Lurdes, manicure de 66 anos e que  há três participa do evento.

O encontro é parte das comemorações do Dia Internacional do Idoso, comemorado no dia 1º de outubro. A data coincide com o aniversário de Dovenir, também presente na festa:
“Quer melhor forma de comemorar a feliz idade do que esta? Hoje, é meu aniversário e estou extremamente feliz por poder comemorar a data, na cidade onde nasci, me casei e criei meus quatro filhos. Ah, e tem ainda nove netos. Comemoração que faço questão que seja ao lado da minha querida esposa e de tantos amigos que estão aqui na cidade”, disse o mecânico aposentado, casado há 52 anos.

“Participar desse evento é uma inspiração para o mundo. Eu penso que a velhice está na cabeça das pessoas. Se eu gosto de dançar, eu vou lá e danço. Se eu sei cantar, eu vou e canto. É assim que tem que ser. Sou um velho muito ativo”, revela o baiano Alício Barbosa que, aos 86 anos, esbanja vitalidade.

Em meio a tantas emoções, muita saudade também se encontra. Dona Irany Moniz da Silva, de 74 anos é educadora aposentada, do Rio de Janeiro (RJ), e há um ano perdeu o único filho, vítima de um enfarto. Seu espírito jovem não esmoreceu:

“Eu sou uma perua! Adoro viver a vida intensamente! Acredito que o meu propósito é espalhar alegria para as pessoas e não me importo com o que os outros pensam da minha aparência. Tanto é que para 2016 vou pintar meu cabelo de rosa choque. Já decidi”.


O evento, que em 2015 completou 17 anos, reuniu nessa edição cerca de 1.650 idosos, vindos de 14 estados de 164 municípios brasileiros.

FONTE: G1

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quando a Andropausa se manifesta


Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), entre os 40 e 55 anos de idade, homens podem apresentar sintomas semelhantes à menopausa. Cientificamente chamada de deficiência androgênica do envelhecimento masculino (Daem), a Andropausa atinge entre 10% a 15% dos homens a partir dos 40 anos, mas muitos podem chegar aos 80 anos sem apresentar nenhum sintoma.

Diferente da menopausa, a condição não é uma regra que atinge a todos e a fertilidade também não é interrompida. Outra diferença é que começa bem mais cedo – por volta dos 30 anos, mas, por ser um processo muito mais lento e gradual, só é percebido anos mais tarde.

Com o avançar da idade, o declínio de testosterona (hormônio responsável pelas funções reprodutivas, pelo desejo sexual e pela saúde e bem-estar físico masculino) é um fenômeno bastante comum.

A queda gradual dos níveis de testosterona circulante pode estar ligada à qualidade de vida e alguns agravantes podem desencadear a doença, entre os mais comuns estão:

- Estresse;
- Hereditariedade;
- Disfunções tireoidianas;
- Álcool, tabagismo e drogas;
- Contusões testiculares;
- Intervenções cirúrgicas;
- Obesidade e suas complicações, como diabetes;
- Infecções;
- Sintomas de alerta.

Sintomas da Andropausa:

- Diminuição do desejo sexual;
- Disfunção erétil;
- Mudança de humor/depressão;
- Queda na produção intelectual com prejuízo da memória;
- Menor noção de espaço;
- Fadiga;
- Diminuição de massa muscular e óssea;
- Aumento da circunferência abdominal;
- Perda de pelos corporais (exceto a calvície);
- Dificuldades para dormir.

Os médicos recomendam que a avaliação dos níveis de testosterona seja feita em homens jovens somente em caso de aparecimento de sintomas e desconforto. Algumas outras doenças podem apresentar sintomas semelhantes à Andropausa.

Homens acima de 50 anos devem ser submetidos a um checkup anual e que  inclua a dosagem dos níveis de testosterona. Um simples exame de sangue pode ajudar a impedir que os sintomas prejudiquem o cotidiano do paciente ou que afetem sua disposição física e mental.

Dicas para retardar o aparecimento de sintomas ligados a Andropausa:

- Evite açúcar e gorduras e inclua mais peixes e frutos do mar na alimentação, devido  à grande quantidade de zinco, fundamental na regularização dos níveis de testosterona.

- Consuma carne vermelha magra e branca (aves), feijão, brócolis, repolho e couve-flor. Esses alimentos apresentam níveis elevados de indóis, compostos alimentares que ajudam a reduzir os níveis de estrogênio, o hormônio feminino.

- Pratique exercícios físicos, mantenha a vida social ativa e cuide do emocional.

Embora a Andropausa não tenha uma prevenção definitiva, ela pode ser adiada e controlada, garantindo ao paciente uma melhor qualidade de vida. Nos casos em que a condição já compromete o bem-estar do paciente, a reposição hormonal pode ajudar. Procure um médico.

FONTE: FAMÍLIA

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os queridinhos da Economia

Eles têm tempo de percorrer lojas, vasculhar prateleiras, conferir novidades e amam presentar seus netos. São exigentes e confessam que, como quase todo mundo, compram por impulso. Muitos deles ainda trabalham, mas sem toda aquela correria comum de quem concilia a vida profissional com a necessidade de dar atenção aos filhos. Foi-se o tempo em que ser idoso indicava incapacidade de viver suas próprias escolhas.
A economia observa com bons olhos a longevidade. Hoje, as pessoas com 60 anos ou mais somam 15 milhões de brasileiros, representando 12% da população. Estima-se que em 2025, o número de idosos pode chegar a 32 milhões. De acordo com o IBGE, eles possuem potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões anuais.

Algumas características desse público apontadas por estudiosos:

Bons pagadores - Acredita-se que pessoas maduras são, em sua maioria, naturalmente mais responsáveis e atentas aos gastos que adquirem, dando importância ao ‘nome limpo’ e uma vida sem dívidas.

Confiança – Tornam-se fieis às lojas e até mesmo aos vendedores que os atenderam bem. São clientes conquistados com paciência e cordialidade. Treinamentos podem ser decisivos para essa fidelização.

Preço justo – Em geral, os idosos costumam buscar os melhores preços para que medicamentos e outras despesas básicas sejam pagos com a renda da pensão ou aposentadoria.


Cabe lembrar que ninguém gosta de ser taxado em um estereótipo ou discriminado. Um produto ou serviço atraente a esse público pode não ser, necessariamente, desenvolvido para a terceira idade. Refletir em fatores como a resistência ou o conforto que um material oferece, no entanto, pode ser a porta de entrada para fidelização desses novos clientes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os Riscos da Incontinência Urinária


As incontinências, com destaque para a urinária, são doenças bastante prevalentes com o avanço da idade. A perda involuntária do controle da urina, apesar de se tratar de um evento importante para o organismo do indivíduo, não recebe a atenção necessária por muitas pessoas.

O transtorno é uma causa frequente de internações, fator de risco para desenvolvimento de quadro depressivo, outro grande problema comum entre os idosos. E é fácil entender o porquê disso: uma pessoa que sofre de incontinência não sente autoconfiança ou desejo de sair de casa. Mesmo junto à família, a pessoa poderá se isolar por constrangimento do odor de urina frequente.

A necessidade de ir ao banheiro às pressas (e, mesmo assim, nem sempre a pessoa chega a tempo) aumenta as chances de quedas, lesões físicas e traumas psicológicos graves. Com tudo isso, a qualidade de vida é prejudicada de maneira geral:

- Social: Isolamento ou a realização de atividades restritas e condicionadas à proximidade e disponibilidade de um toalete;

- Psicológico: Medo e ansiedade, diminuição da autoestima e depressão;

 - Físico: Mau cheiro, desconforto (como o aparecimento de assaduras) e risco de quedas;

- Sexual: Apreensão e sensação de insegurança em razão de um contato íntimo (predispondo ainda mais ao isolamento);

- Ocupacional: Faltas ao trabalho e menor produtividade.

Existem vários tipos e causas de incontinência, sendo todas elas controláveis no caso da pessoa manter sua mobilidade e a mínima capacidade de raciocínio preservado. O Alzheimer é uma das doenças neurológicas que debilita o raciocínio e compromete esse quadro.

Alguns sinais que fogem do padrão de normalidade:

- Urinar mais do que oito vezes ao dia;

- Levantar-se mais do que uma vez à noite para urinar;

- Sentir necessidade constante e/ou urgente de ir ao banheiro e frequentemente eliminar pouca urina;

- Urinar involuntariamente ao levantar-se, tossir, dar risada ou elevar a pressão abdominal.

Procure um geriatra caso apresente esses sintomas. A avaliação de incontinência é feita de maneira particular para cada paciente e seu aparecimento pode apresentar variados graus de complexidade. Se seguir o tratamento adequado corretamente, você poderá ter um grande ganho em qualidade de vida.


FONTE: O GERIATRA

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Quantos anos tem seu corpo?


A idade cronológica de um indivíduo pode não representar a sua verdadeira idade biológica. A nutricionista Dâmaris Cortez conta ao Jornal de Londrina que já atendeu pacientes que eram, biologicamente, 30 anos mais velhos do que a idade que traziam no RG.
É o caso de um rapaz de 39 anos que chegou ao seu consultório e foi surpreendido ao descobrir que sua idade metabólica era de 70 anos. Com problemas de sobrepeso e hipertensão, ele nem suspeitava que seu organismo tivesse uma idade tão avançada.
Cortez afirma que pessoas com grande alteração na idade metabólica, geralmente, se alimentam de muita gordura e açúcares, além de não praticarem exercícios físicos regularmente (ao menos três vezes na semana). Essa rotina contribui para o surgimento de doenças como hipertensão e diabetes.
Obesidade, sobrepeso, tabagismo, alcoolismo, drogas, além de fatores psicológicos como a depressão, compulsão alimentar, bulimia e anorexia, também podem influenciar na alteração da idade metabólica.
A nutricionista ainda explica que a idade metabólica é identificada mediante a “comparação entre a taxa metabólica basal do paciente (isto é, com base no que a pessoa necessita para realizar as atividades diárias) e a média por idade associada com o nível do metabolismo”. Para tanto, é preciso fazer uma avaliação nutricional e física.
Na primeira, são identificados hábitos alimentares incorretos e possíveis deficiências nutricionais. Já na avaliação física, são analisados: peso, altura, medidas de circunferência (cintura, quadril, tórax, braço, antebraço, abdômen, coxa e panturrilha) e das dobras cutâneas.
Se os maus hábitos tornam o organismo mais velho do que sua idade cronológica, os bons hábitos promovem o efeito inverso. “Essa alteração é uma via de mão dupla, porque indivíduos com idades cronológicas avançadas, que cultivaram hábitos saudáveis na juventude e idade adulta, podem nesses casos ter a idade metabólica reduzida”, afirma a nutricionista Luziane Dalla Costa.

Dicas de Alimentação
A ação antioxidante de vitaminas encontradas em frutas e verduras retarda o envelhecimento celular. Confira alguns desses alimentos:
Vitamina A: abóbora, brócolis, cenoura, damasco seco e melão;
Vitamina C: frutas cítricas e vegetais verdes, como acerola, brócolis, caju, couve, kiwi, laranja, lima, limão, morango e tomate;
Vitamina E: a fonte mais importante é o gérmen de trigo, mas pode ser encontrada em amêndoas, castanhas-do-pará, gemas, legumes, vegetais folhosos e óleos de algodão, arroz, girassol, milho e soja;
Bioflavonóides: frutas cítricas e uvas vermelhas ou escuras;
Catequinas: chá verde, morango e uva;
Isoflavonas: principalmente na soja;
Licopeno: principalmente no tomate;
Selênio: aves, carnes, frutos do mar, fígado e castanha-do-pará;

Zinco: aves, carnes, cereais integrais, feijões, frutos do mar, leite e nozes.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Como ter boa vida longa


Quem não quer uma velhice segura e livre de doenças? Não há uma fórmula para isso, mas alguns cuidados devem ser adotados desde cedo. “Esta preocupação tem que começar antes da infância. Tem que estar no currículo escolar”, diz o geriatra Salo Buksman.
Listamos abaixo alguns fatores que merecem sua atenção durante toda a vida:

1. Genética
De acordo com o geriatra, a genética explica porque algumas pessoas consomem grodura e outros alimentos pouco saudáveis e continuam cheias de saúde por muitos anos. Ainda não se sabe exatamente o peso da genética na longevidade, mas é bom saber como e por quantos anos avós, bisavós e tataravós viveram.
O também geriatra Alessandro Campolina afirma que quem tem avós e pais longevos deve ter ainda mais empenho em se cuidar. “Essa informação é importante para quem tem uma genética favorável. Ter avós que viveram 90 anos pode ser um indicativo maior para se cuidar e chegar com saúde aos 100 anos”, disse.

2. Atividade Física
Esse é o fator de envelhecimento saudável número um, já que a genética é contar com a sorte. Buksman afirma que o ideal é fazer atividades aeróbicas - como caminhada - e também as que fortaleçam a musculatura. “Além de fazer bem para a saúde, ajuda a manter a força muscular, o que evita quedas" diz.
A frequência e a intensidade de atividade física devem variar para cada idade. Antes dos 60 anos, a indicação é que a pessoa saudável não seja sedentária, que caminhe pelo menos 40 minutos por dia e faça semanalmente atividades que fortaleçam os músculos. Depois disso, vale a máxima: 'faça o quanto é bom para você'. Pessoas entre 90 a 100 anos devem percorrer algumas vezes um corredor, por exemplo, ou se exercitar levantando e sentando três vezes seguidas da cadeira.

3. Atividade Mental
“É preciso se manter ativo socialmente, sentir-se útil, senão a vida perde a graça”, diz Buksman. Para isso, ele afirma que vale cuidar dos netos, fazer voluntariado após se aposentar e, principalmente, criar ou produzir algo novo. Se levarmos em conta que a expectativa de vida do brasileiro é atualmente de quase 80 anos, há muita história pela frente quando se chega aos 60.
Para evitar o envelhecimento acompanhado de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e mal de Parkinson, especialistas indicam exercícios mentais, como leitura, jogos de palavras cruzadas e ouvir música. “Mas não é para fazer uma coisa ou outra, é preciso exercitar todas as funções cognitivas”, diz Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas.

4. Dieta Saudável
Médicos afirmam que a baixa ingestão de gorduras, como se observa na dieta mediterrânea, prolonga a vida. Ao valorizar o consumo de peixes, frutas, verduras, legumes e cereais, além de limitar o consumo de carnes vermelhas e laticínios, reduz as chances de quilos extras, decorrentes do envelhecimento, e o aparecimento de doenças cardiovasculares.
Moderação também é importante. ”Comer excessivamente também é ruim. É preciso evitar a obesidade, que desencadeia várias doenças: desde as que afetam o coração até as artroses, que limitam o idoso e fazem com que ele perca a autonomia”, afirma o geriatra Salo Buksman.

5. Vida emocional estável
Estudos mostram que ter uma boa vida em família tem relação com a longevidade. Ter um casamento estável, baseado em uma relação de muito amor e confiança é uma característica comum entre as pessoas longevas. Isto porque a maneira como lidamos com as emoções também conta para a longevidade. “As preocupações e os problemas da vida têm um peso alto na longevidade”, disse Marcelo Levites, médico de Família do Hospital 9 de Julho.
Uma pesquisa recente mostrou que a solidão aumenta o risco de morte de idosos ainda mais que a obesidade. “Vemos que chegar a muitos anos de vida é uma conquista que tem relação muito forte entre a estabilidade no casamento, com a família, além da ausência de eventos de depressão", diz Buksman.

6. Controle rigoroso de doenças degenerativas

Os problemas cardiovasculares e o câncer são as doenças que mais matam no mundo. Além de cuidados com a alimentação e a prática de atividades física, hábitos como o álcool e o fumo também são fatores de risco. Alguns estudos até atribuem a maior longevidade das mulheres em relação aos homens por causa do menor consumo de álcool e cigarro. “Temos uma população grande que morre antes dos 80, 70 por causa destas doenças”, resume Buksman.

FONTE: IG

domingo, 11 de outubro de 2015

Ser o que sempre quis... depois dos 70 anos!


Conheça a história de Judith Caggiano, de 82 anos, que exibe tatuagens, piercings, liberdade e disposição de sobra, após 50 anos de casamento.

Viúva há três anos, Judith Caggiano precisava aprender a sorrir e a sair de casa sozinha. Depois de cinco décadas dedicadas ao casamento, a morte do marido possessivo - mas excelente pai, ela garante - encerrou um ciclo. “Virei dona da minha própria vida aos 72 anos”, conta em entrevista ao Delas, do site IG.
Como um inusitado contraste aos cabelos brancos, uma tatuagem tribal foi o desenho escolhido para marcar a fase. Na região da nuca, a “Liberdade”, como chama a primeira tatuagem, dividiria espaço, no futuro, com outras 67, que ela exibe hoje com orgulho, aos 82 anos. “Meu casamento foi maravilhoso, mas não era nada do que eu esperava. Ainda assim, cumpri meu papel e criei nossos filhos”, desabafa Judith.
O novo visual inclui ainda 18 piercings, anéis em todos os dedos e um generoso decote, que certamente seria desaprovado pelo falecido marido.
Conhecida e com entrada liberada nas principais casas noturnas de Santo André (SP), Judith aprendeu a gostar de punk rock, reggae e samba ao lado de jovens de 19 anos. “Não tenho amigas com a minha idade, só conhecidas. Mulher muito velha só fala de doença e dores. Fico com os jovens, porque eles falam a minha língua, tá ligada?”, comenta.
No corpo, os desenhos de estrelas que cobrem o ombro e braço direito representam os filhos, netos e bisnetos. Nas costas, uma fada e um sol no amanhecer: “Apresento ela como a safada. Falo tão rápido que ninguém percebe. E o sol representa o início da manhã, quando chego da balada”. Para Judith, a festa termina sempre às 6h30, horário que a padaria abre com a primeira fornada de pães.
Ao chegar em casa, cruza com sua primeira filha, Sirlei Caggiano, de 60, que assumiu já ter perdido o controle sobre as saídas da mãe. “Depois que ficou viúva, ela se libertou. Quando fala que vai viajar e passar uma semana fora, eu nunca sei se volta em três dias, uma semana ou três meses”, diz a filha.
Questionada se já sofreu preconceito pelo visual irreverente, Judith faz uma breve pausa e responde: “Se sofri, não percebi. Meu sorriso vai na frente”.
Para ela, as tatuagens e os piercings não são fundamentais, mas ajudaram a expor ao mundo e aos familiares a real personalidade.
“Idade pra mim é um número e tatuagem é avanço. Morte? Sei que tenho um prazo de validade. Vou lá saber quando vou vencer, meu. Minha vida é linda.”


FONTE: IG

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Você sofre de confusão mental?


Confusão mental é a incapacidade que uma pessoa tem de pensar com clareza e agilidade, além da sensação de desorientação, dificuldades para tomar decisões, prestar atenção ou de se lembrar de determinadas coisas.
No caso dos idosos, o transtorno muitas vezes faz com que a pessoa utilize garfo para tomar uma sopa, vista roupas de inverno no verão e até manifeste dificuldades em compreender ordens simples.
O transtorno pode ser um sintoma de alguns problemas de saúde ou resultado de alguns comportamentos de risco, como uso de medicamentos, deficiências nutricionais ou consumo excessivo de álcool.
Principais causas e tratamentos para confusão mental no idoso:

- Desidratação grave
A falta de água no organismo aumenta a quantidade de substâncias tóxicas no sangue, prejudicando o funcionamento das células do cérebro e, consequentemente, provocando uma desorientação.
Quando isso ocorre, é necessário levá-lo imediatamente ao hospital, onde receberá soro venoso para a reposição de água e minerais. O procedimento ainda previne outros problemas, como mau funcionamento do coração e dos rins.
Para evitar este quadro extremo, é preciso observar a quantidade de líquido ingerido pela pessoa diariamente. Como idosos não sentem sede com frequência, é necessário oferecer água várias vezes ao dia e ter o controle da quantidade consumida, visando a suprir a necessidade diária do organismo.

- Demência
O tratamento da confusão mental, decorrente de doenças como Alzheimer ou Parkinson, consiste no uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra, visando a retardar o avanço da doença. É lento e progressivo.
A demência não tem cura e faz com que o idoso tenha cada vez mais necessidade de cuidados e menor capacidade de compreensão.

- AVC
A confusão mental pode ocorrer porque uma região é afetada e não consegue realizar suas funções corretamente, em razão de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em caso de suspeita de derrame, conduza a pessoa imediatamente ao hospital.
Caso tenha sofrido um AVC, o idoso pode, além de manter o quadro de confusão mental, perder força nos membros e ter dificuldades na fala.

Outras causas muito comuns que podem levar ao quadro de confusão mental no idoso são: infeção urinária, hiperglicemia, hipoglicemia e problemas respiratórios, como insuficiência respiratória.

Por isso, é importante realizar consultas regulares no geriatra, para identificar e tratar precocemente as causas da confusão mental. Ignorar os sinais poderá agravar o quadro clínico e tornar a recuperação mais complexa.