Os idosos são mais suscetíveis a problemas decorrentes das
altas temperaturas do verão, como as desidratações, quedas bruscas de pressão,
indisposições alimentares e infecções respiratórias. Isso porque vários
mecanismos de controle naturais do organismo se tornam menos eficientes com o
envelhecimento, exigindo cuidados especiais com a saúde nessa época do ano.
A desidratação ocorre quando a eliminação de água do corpo é
maior que a sua ingestão, levando à perda excessiva do líquido no organismo. O
distúrbio é mais comum nos idosos e pode passar despercebido, agravando quadro
de prisão de ventre e de cálculo renal em pessoas predispostas. Quando agravada,
pode provocar queda de pressão arterial, tontura, perda da consciência,
confusão mental, além de lesões em órgãos internos como rins, fígado e
cérebro.
Os idosos são um grupo com maior risco de desidratação por
diversos fatores, que vão desde uma menor sensibilidade no mecanismo central da
sede (isto é, o idoso sente menos sede que um jovem e, por isso, bebe menos
líquido normalmente) à diminuição da função renal (menor capacidade de
concentrar a urina e reter a quantidade de líquido necessário para o
organismo). Assim, é muito importante oferecer água a idoso, ainda que ele não
se queixe de sede e também controlar (anotar) a quantidade de líquido ingerido.
Mesmo a sensação de frescor do vento pode ‘enganar’ o dispositivo responsável
pela sensação de sede organismo, mesmo quando estamos num local muito quente.
A necessidade diária de água é de 30 ml para cada quilo de
peso: a recomendação média é do consumo de líquido de, no mínimo, um litro e
meio por dia (um volume de, aproximadamente, oito copos). Por isso, ofereça sucos, chás, água de coco
ou isotônicos, sempre considerando as orientações dadas pelo médico ou
nutricionista.
Cabe alertar que a cerveja não hidrata e que o álcool,
inclusive, interfere com o hormônio antidiurético, fazendo com que a pessoa
perca até duas vezes mais a água através da urina. Dica: sempre observe a cor
da urina; quando bem clara, é um sinal de que a hidratação está adequada.
Além da ingestão adequada de líquidos, deve-se ter atenção a
outras situações que causam a eliminação de líquido, como transpiração
excessiva, vômitos, diarreia ou uso de diuréticos.
A transpiração excessiva pode ser reduzida mantendo uma boa
ventilação (ambiente arejado), vestuário adequado (roupas leves) e evitar a
realização de atividades físicas em horários de calor mais intenso,
principalmente entre 10h e 15h.
Episódios de diarreia e vômitos tendem a ocorrer com maior
frequência nos meses mais quentes do ano, período em que os alimentos estão
mais sujeitos à contaminação por bactérias e estragam mais facilmente. É
importante sempre lavar as mãos antes de manusear alimentos e guardar todos os
que forem perecíveis na geladeira. Deve-se evitar guardar comida de um dia para
o outro, principalmente quando expostas por muito tempo em dias quentes.
O uso de qualquer medicamento deve ser feito sob a
prescrição e supervisão médicas. O acompanhamento é importante porque, em
alguns casos, adaptações são necessárias. A preocupação é maior em relação aos
diuréticos (que podem agravar o quadro de desidratação, ao promover perda
líquida excessiva), aos anti-inflamatórios (que, em caso de desidratação grave,
podem agravar quadros de insuficiência renal) e em relação aos medicamentos
vasodilatadores para hipertensão (pelo risco de queda brusca de pressão).
Quedas de pressão no verão ocorrem porque as altas
temperaturas provocam dilatação dos vasos sanguíneos, visando a melhorar a
transferência de calor: o sangue vai mais para a “periferia” do corpo, ajudando
no resfriamento, e isso pode resultar na queda da pressão.
As infecções respiratórias nessa época do ano ocorrem por
oscilações bruscas de temperatura, especialmente para aqueles que alternam o
ambiente aberto com refrigerados. Por isso, apesar do ar-condicionado ser
considerado indispensável para os dias de altas temperaturas, pode oferecer
perigo à saúde. É indispensável que a
manutenção do aparelho, sobretudo a troca de filtros, seja feita
periodicamente. Se possível, opte por janelas abertas ou circuladores de ar
eficientes.
Todos esses cuidados são muitos importantes para que os
idosos aproveitem o verão com saúde e conforto.
FONTE: GERIAVIDA
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