A surdez na
terceira idade faz parte do processo degenerativo relacionado ao envelhecimento
natural do indivíduo. A partir da quinta ou sexta década de vida, a pessoa
passa a não ouvir com a mesma perfeição de quando tinha 20 anos, devido à morte
de algumas células auditivas. Entretanto, componentes genéticos e fatores de
risco específicos como diabetes, pressão alta, tabagismo e uso excessivo de
álcool podem acelerar esse processo denominado presbiacusia.
Dados da Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia apontam que as pessoas demoram cerca de sete
anos para procurar um especialista após perceberem algum dano à audição e ainda
levam mais dois anos para escolher um tratamento. Esse descuido pode levar à
surdez definitiva.
O idoso com
dificuldades auditivas deve ser encaminhado ao otorrinolaringologista e ao
fonoaudiólogo para um teste que poderá indicar ou não a utilização de prótese
auditiva. “Através do exame da audiometria, que mede o menor som que uma pessoa
é capaz de ouvir em cada frequência sonora, o especialista consegue avaliar a
perda auditiva do paciente”, explica o otorrinolaringologista Eduardo Bogaz, do
Hospital São Camilo (SP). Segundo o médico, se a perda auditiva for de grau
leve, por exemplo, não será necessário o uso do aparelho de audição.
A perda auditiva em
altas frequências (agudos) torna a percepção das consoantes nas palavras muito
difícil para os idosos, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes
insalubres ou ruidosos. Por essa razão, se a pessoa falar baixo, o idoso não
conseguirá escutar, assim como, se ela gritar, o som incomodará a pessoa
acometida pela presbiacusia.
“Os mais jovens têm
o costume de chegar perto dos avós para falar próximo ao ouvido, como se eles
não conseguissem escutar. Mas isso não ajuda. É necessário falar de maneira
clara, articulando bem as palavras e com uma boa entonação, sem gritar. De
frente para a pessoa, para que ela utilize o apoio visual e consiga fazer a
leitura facial. Isso não vai melhorar a audição, mas ajudará na comunicação”,
diz Bogaz.
Já os pacientes com
perda auditiva moderada ou grave devem utilizar aparelhos auditivos, que
amplificam os sons. “O aparelho não interfere na capacidade de compreensão,
então essa orientação de falar devagar, pausadamente, para a pessoa utilizar a
leitura orofacial também vale para quem usa aparelho”, explica o otorrino.
O médico alerta que
a surdez na terceira idade pode gerar uma angústia muito grande no idoso, pois
a dificuldade de comunicação e percepção pode levá-lo ao isolamento, ainda mais
se a família não tiver paciência. Por isso, ele passa a ser excluído das
atividades sociais e a ser informado somente de alguns poucos assuntos
conversados em casa.
Prevenir esse
problema relacionado à idade ainda não é possível, entretanto, alguns cuidados
são essenciais e podem refletir na saúde dos ouvidos. “Controlar diabetes e
pressão alta, não ficar exposto a ruídos altos e fugir do sedentarismo podem
afastar os fatores de risco”, comenta Bogaz. O uso de antirradicais livres, como
vitamina E e ginko biloba podem retardar o processo degenerativo, mas deve ser
indicado por um especialista.
Para
saber como adquirir aparelhos auditivos gratuitamente pelo SUS, leia http://drauziovarella.com.br/destaque1/aparelhos-de-audicao-pelo-sus/
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