terça-feira, 18 de agosto de 2015

Por que alguns idosos perdem a audição?

A surdez na terceira idade faz parte do processo degenerativo relacionado ao envelhecimento natural do indivíduo. A partir da quinta ou sexta década de vida, a pessoa passa a não ouvir com a mesma perfeição de quando tinha 20 anos, devido à morte de algumas células auditivas. Entretanto, componentes genéticos e fatores de risco específicos como diabetes, pressão alta, tabagismo e uso excessivo de álcool podem acelerar esse processo denominado presbiacusia.
Dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia apontam que as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceberem algum dano à audição e ainda levam mais dois anos para escolher um tratamento. Esse descuido pode levar à surdez definitiva.


O idoso com dificuldades auditivas deve ser encaminhado ao otorrinolaringologista e ao fonoaudiólogo para um teste que poderá indicar ou não a utilização de prótese auditiva. “Através do exame da audiometria, que mede o menor som que uma pessoa é capaz de ouvir em cada frequência sonora, o especialista consegue avaliar a perda auditiva do paciente”, explica o otorrinolaringologista Eduardo Bogaz, do Hospital São Camilo (SP). Segundo o médico, se a perda auditiva for de grau leve, por exemplo, não será necessário o uso do aparelho de audição.
 A perda auditiva em altas frequências (agudos) torna a percepção das consoantes nas palavras muito difícil para os idosos, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes insalubres ou ruidosos. Por essa razão, se a pessoa falar baixo, o idoso não conseguirá escutar, assim como, se ela gritar, o som incomodará a pessoa acometida pela presbiacusia.
“Os mais jovens têm o costume de chegar perto dos avós para falar próximo ao ouvido, como se eles não conseguissem escutar. Mas isso não ajuda. É necessário falar de maneira clara, articulando bem as palavras e com uma boa entonação, sem gritar. De frente para a pessoa, para que ela utilize o apoio visual e consiga fazer a leitura facial. Isso não vai melhorar a audição, mas ajudará na comunicação”, diz Bogaz.
Já os pacientes com perda auditiva moderada ou grave devem utilizar aparelhos auditivos, que amplificam os sons. “O aparelho não interfere na capacidade de compreensão, então essa orientação de falar devagar, pausadamente, para a pessoa utilizar a leitura orofacial também vale para quem usa aparelho”, explica o otorrino.
O médico alerta que a surdez na terceira idade pode gerar uma angústia muito grande no idoso, pois a dificuldade de comunicação e percepção pode levá-lo ao isolamento, ainda mais se a família não tiver paciência. Por isso, ele passa a ser excluído das atividades sociais e a ser informado somente de alguns poucos assuntos conversados em casa.
Prevenir esse problema relacionado à idade ainda não é possível, entretanto, alguns cuidados são essenciais e podem refletir na saúde dos ouvidos. “Controlar diabetes e pressão alta, não ficar exposto a ruídos altos e fugir do sedentarismo podem afastar os fatores de risco”, comenta Bogaz. O uso de antirradicais livres, como vitamina E e ginko biloba podem retardar o processo degenerativo, mas deve ser indicado por um especialista.
Para saber como adquirir aparelhos auditivos gratuitamente pelo SUS, leia http://drauziovarella.com.br/destaque1/aparelhos-de-audicao-pelo-sus/

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