sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Estatuto do Idoso: conheça seus direitos

O Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês seguinte, ampliando os direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos. Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar ou abandonar cidadãos da terceira idade. Leia a seguir os principais pontos do estatuto:

Saúde:
- O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS);
- A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses;
- Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade;
- O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.

Transporte Coletivo:
- Pessoas com mais de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público gratuito. A carteira de identidade é o comprovante exigido;
- Nos veículos de transporte coletivo, é obrigatória a reserva de 10% dos assentos para os idosos, com aviso legível;
- Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Se o número de passageiros idosos for superior ao previsto, eles devem ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda. (Caso o idoso não tenha como comprovar sua renda, ele deve providenciar a Carteira do Idoso).

Violência e Abandono:
- Nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão;
- Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado a pena que varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa;
- Famílias que abandonam o idoso em hospitais e/ou casas de saúde, sem conceder respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a três anos de detenção e multa;
- Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão;
- Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.

Entidades de Atendimento ao Idoso:
- O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e criminalmente pelos atos praticados contra o idoso;
- A fiscalização dessas instituições fica a cargo do Conselho Municipal do Idoso de cada cidade, da Vigilância Sanitária e do Ministério Público;
- A punição em caso de mau atendimento aos idosos vai de advertência e multa até a interdição da unidade e a proibição do atendimento aos idosos.

Lazer, Cultura e Esporte:
- Todo idoso tem direito a 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer.

Trabalho:
- É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição de quem o fizer;
- O primeiro critério de desempate em concurso público é o da idade, com preferência para os concorrentes com idade mais avançada.

Habitação:
- É obrigatória a reserva de 3% das unidades residenciais para os idosos nos programas habitacionais públicos ou subsidiados por recursos públicos.

Núcleo Especializado dos Direitos do Idoso:
- Os defensores públicos são advogados que trabalham gratuitamente para pessoas que não têm condições de pagar um advogado para: a) dar orientações em relação a seus direitos; b) para defender a pessoa em caso de ser réu em processo judicial e c) para entrar na justiça e fazer valer direitos da pessoa.
   Composto de 15 defensores públicos, o Núcleo Especializado dos Direitos do Idoso tem como atribuição principal contribuir para atuação dos defensores públicos na defesa dos direitos dos idosos, desenvolvendo teses institucionais, e fomentar a criação de políticas públicas na área.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Por que alguns idosos perdem a audição?

A surdez na terceira idade faz parte do processo degenerativo relacionado ao envelhecimento natural do indivíduo. A partir da quinta ou sexta década de vida, a pessoa passa a não ouvir com a mesma perfeição de quando tinha 20 anos, devido à morte de algumas células auditivas. Entretanto, componentes genéticos e fatores de risco específicos como diabetes, pressão alta, tabagismo e uso excessivo de álcool podem acelerar esse processo denominado presbiacusia.
Dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia apontam que as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceberem algum dano à audição e ainda levam mais dois anos para escolher um tratamento. Esse descuido pode levar à surdez definitiva.


O idoso com dificuldades auditivas deve ser encaminhado ao otorrinolaringologista e ao fonoaudiólogo para um teste que poderá indicar ou não a utilização de prótese auditiva. “Através do exame da audiometria, que mede o menor som que uma pessoa é capaz de ouvir em cada frequência sonora, o especialista consegue avaliar a perda auditiva do paciente”, explica o otorrinolaringologista Eduardo Bogaz, do Hospital São Camilo (SP). Segundo o médico, se a perda auditiva for de grau leve, por exemplo, não será necessário o uso do aparelho de audição.
 A perda auditiva em altas frequências (agudos) torna a percepção das consoantes nas palavras muito difícil para os idosos, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes insalubres ou ruidosos. Por essa razão, se a pessoa falar baixo, o idoso não conseguirá escutar, assim como, se ela gritar, o som incomodará a pessoa acometida pela presbiacusia.
“Os mais jovens têm o costume de chegar perto dos avós para falar próximo ao ouvido, como se eles não conseguissem escutar. Mas isso não ajuda. É necessário falar de maneira clara, articulando bem as palavras e com uma boa entonação, sem gritar. De frente para a pessoa, para que ela utilize o apoio visual e consiga fazer a leitura facial. Isso não vai melhorar a audição, mas ajudará na comunicação”, diz Bogaz.
Já os pacientes com perda auditiva moderada ou grave devem utilizar aparelhos auditivos, que amplificam os sons. “O aparelho não interfere na capacidade de compreensão, então essa orientação de falar devagar, pausadamente, para a pessoa utilizar a leitura orofacial também vale para quem usa aparelho”, explica o otorrino.
O médico alerta que a surdez na terceira idade pode gerar uma angústia muito grande no idoso, pois a dificuldade de comunicação e percepção pode levá-lo ao isolamento, ainda mais se a família não tiver paciência. Por isso, ele passa a ser excluído das atividades sociais e a ser informado somente de alguns poucos assuntos conversados em casa.
Prevenir esse problema relacionado à idade ainda não é possível, entretanto, alguns cuidados são essenciais e podem refletir na saúde dos ouvidos. “Controlar diabetes e pressão alta, não ficar exposto a ruídos altos e fugir do sedentarismo podem afastar os fatores de risco”, comenta Bogaz. O uso de antirradicais livres, como vitamina E e ginko biloba podem retardar o processo degenerativo, mas deve ser indicado por um especialista.
Para saber como adquirir aparelhos auditivos gratuitamente pelo SUS, leia http://drauziovarella.com.br/destaque1/aparelhos-de-audicao-pelo-sus/

sábado, 15 de agosto de 2015

Contratam-se sessentões: porque profissionais idosos são tendência

Não é de agora que quem beira aos 60 anos enfrenta dificuldades na hora de encarar o mercado de trabalho. Aquele que não está empregado e busca uma recolocação tem pela frente um grande desafio: como arrumar um emprego perto da idade de se aposentar?

A boa notícia é que empresas sérias e modernas estão apostando cada vez mais na terceira idade. Por quê? Pela experiência. Profissionais mais velhos são geralmente mais compromissados e levam a sério certas tarefas que a chamada geração Y não tem paciência para fazer. Hoje em dia, é possível encontrá-los em redes de fastfood e indústrias, além dos ramos de hotelaria, varejo (comércio) e áreas de gestão.


E já era hora de os recrutadores repensarem a validade da experiência, uma vez que a expectativa de vida é crescente. Programas voltados para a empregabilidade de idosos ganham cada vez mais espaço no planejamento estratégico das empresas. Basta uma rápida pesquisa na Internet para encontrar diversos sites de recrutamento com vagas destinadas à terceira idade.

Cabe lembrar que os anos em si não são mais importantes que a experiência e o potencial  desse funcionário em reverter seu custo em benefício e produtividade para a empresa. É preciso que o idoso tenha em mente onde ele se encaixa nesta equação, use sua experiência e explore novas oportunidades de emprego.


Uma dica para quem tem mais de 60 anos é explorar sua experiência durante a entrevista de emprego. Fale sobre suas qualidades, vivências e mostre que você tem ainda muito para somar ao cotidiano da organização e vontade de aprender. Por isso, participe de cursos, mantenha-se informado e cuide da sua saúde. Encontrar uma atividade profissional que ofereça satisfação e autoestima pode não ser algo fácil hoje em dia, mas nunca é tarde para se tentar.

FONTE: EMPREGOS e PNGN

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Fisioterapia na Terceira Idade: Entrevista revela a importância

Em entrevista ao blog do Dr Drauzio Varella, a Dra Maria Ayaki Sakuraba, fisioterapeuta com curso de especialização em “Aparelho Locomotor no Esporte”, esclarece algumas dúvidas sobre a importância da fisioterapia para a terceira idade:

Drauzio – A fisioterapia vem desempenhando papel importante na vida dos idosos. Por quê?

Maria Ayaki Sakuraba – Os idosos têm várias alterações posturais e estão mais sujeitos a sofrer quedas. Por isso, é importante corrigir a postura e aumentar sua força muscular para evitar quedas acidentais que são frequentes no ambiente doméstico.
Respeitando as alterações que podem vir com a idade, como hipertensão, diabetes ou problema neurológico associado, além do fortalecimento da musculatura, o trabalho com idosos inclui alongamentos e condicionamento aeróbico adequado. A proposta é realizar um programa que favoreça a independência funcional e o ganho de força para que eles usufruam melhor qualidade de vida.

Drauzio – Esse tipo de fisioterapia requer especialização profissional?

Maria Ayaki Sakuraba – Trabalhar com idosos requer especialização na área. A avaliação física dessas pessoas precisa ser bastante cuidadosa, o número de repetições dos exercícios um pouco menor do que o indicado para o paciente mais jovem e a carga de força diferenciada.
Idosos portadores de certas doenças requerem muita atenção. Por exemplo, a artrose impede que sejam utilizadas manobras para fortalecer o músculo da frente da coxa que exijam amplitude total do movimento, porque isso reverteria em sobrecarga para o joelho.

Drauzio – Até mesmo exercícios com peso são recomendados para os idosos?

Maria Ayaki Sakuraba – Vários trabalhos mostram a importância da musculação na prevenção da osteoporose nos idosos. Além disso, fazer exercícios com peso os deixa muito motivados, porque se sentem melhor. Os músculos crescem, eles adquirem maior independência funcional com esse ganho de musculatura e retomam algumas atividades, o que extremamente importante para a melhora da qualidade de vida e como reforço psicológico. Muitos dizem: “Eu não ia à praia, ficava preso dentro de casa. Hoje, me sinto mais disposto e consigo caminhar 30 minutos pela orla com minha esposa”.

Para saber mais sobre outras categorias da fisioterapia, confira a entrevista na integra: http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/fisioterapia/