segunda-feira, 20 de abril de 2015

Cinco filmes para entender o processo de envelhecimento

Tabus e realidade sobre envelhecer são tratados nestas obras e ajudam a compreender a terceira idade

Todo mundo já se perguntou sobre como vai ser quando envelhecer. Pesquisas dizem que quem come bem e se exercita vai ter uma vida melhor. Há quem diga que comer vegetais e beber uma taça de vinho todos os dias ajudam a viver mais de cem anos. Mas nem isso responde sobre o que acontecerá quando a velhice chegar.
Segundo a OMS, a terceira idade começa aos 60 anos e a qualidade de vida nessa idade deve ser definida pela manutenção da saúde em todos os aspectos: físico, social, psicológico e espiritual. Alguns filmes tratam o processo de envelhecimento como tema e ajudam pessoas, idosos ou não, a compreenderem essa fase da vida.
Há muitos filmes para entender as crianças ou entretê-las, assim como o mundo dos jovens e dos adultos, mas os filmes sobre as pessoas mais velhas ainda são pouco exploradas pelo cinema. Em geral, os filmes sobre o processo de envelhecimento ajudam a entender como o passar dos anos, a velhice. Confira cinco filmes sobre envelhecer: (clique nos títulos para ver o trailler)

Talvez o mais conhecido de todos, o filme uma história de Duke e Allie. Os dois vivem em uma clínica geriátrica e ele conta para ela, que sofre de Alzheimer, a história de amor que os dois vivem desde 1940. A forma como o filme aborda a questão da Doença de Alzheimer é fantástica. Allie não reconhece mais Duke e mesmo assim todos os dias ele a encontra para contar sobre a vida que os dois viveram, os lugares que conheceram, sobre os filhos. Muitas vezes, as pessoas acham que quem sofre dessa doença deve ser esquecido assim como as memórias que foram perdidas.

Ainda que seja uma animação, o filme conta para crianças e adultos, sobre alguns medos, mas, principalmente, sobre as aventuras emocionantes que podem acontecer quando se chega à terceira idade. Ainda que Carl, o personagem velhinho, esteja em depressão e tentando se isolar do mundo, o garoto Russel insiste em se manter ao lado do idoso. Juntos os dois começam uma amizade e Carl redescobre o sentido da vida durante a velhice.

Verona, na Itália, é o cenário em que a história de amor entre Romeu e Julieta aconteceu. A jovem Sophie se junta a um grupo de voluntárias que responde cartas que outras pessoas escrevem ao casal desafortunado de Shakespeare. Uma das mensagens chama a atenção: em 1957, Claire, uma idosa que, há 50 anos, desistiu de seu grande amor Lorenzo. Juntas, a jovem e a idosa, vão buscar o amor de Claire. Embora “açucarado”, Cartas para Julieta resgata a questão da autonomia e do quanto os idosos podem ainda perseguir seus sonhos. É um filme bastante motivador.

Dois casais e um solteirão convicto: Annie, Jean, Claude, Albert e Jeanne são amigos há mais de 40 anos. Quando a saúde de um deles é afetada e ir para um asilo parece ser o único caminho, todos eles decidem viver juntos em uma mesma casa, criando uma espécie de república para quem tem mais de 75 anos. Um jovem decide fazer um filme sobre o grupo e, então, eles falam sobre tabus da terceira idade: sexualidade, solidão, família e morte. Filmes que contam histórias que os idosos não estão acostumados são interessantes para que eles, e para quem ainda não chegou à terceira idade, possa parar para pensar sobre o assunto e discutir depois com amigos, familiares e repensar as próprias atitudes – comenta Carla.


Amor
Da lista, esse é o filme mais recente. Aclamado por tratar o amor na velhice, o concorrente ao Oscar de 2013
conta a história de Georges e Anne, um casal de professores de música aposentados. Quando ela adoece, o amor deles é colocado à prova.

Fonte: ZH Melhor idade 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Os 60 são os novos 40

Ainda que o IBGE e a Organização Mundial da Saúde considerem idoso quem tem 60 anos ou mais, quem chegou nessa fase não se encara como parte da terceira idade

A cada ano, cerca de 650 mil brasileiros chegam aos 60 anos. Para a Organização Mundial da Saúde, é aí que começa a terceira idade, quando, oficialmente, eles podem ser chamados de idosos. Na prática, a palavra gera desconforto.

Conhecidos como baby boomers (nascidos entre 1945 e 1960), os sessentões de hoje estão longe da ideia de aposentados que encaram a fase como o fim das atividades úteis. Alguns se preparam para encerrar o ciclo do trabalho formal, mas descansar não é um plano viável: para eles, chegar aos 60 significa abandonar a idade cronológica e aproveitar o momento para realizar sonhos que tinham ficado para trás. É chegada a hora de conquistar a vida que queriam ter. E o que define a vida dos sessentões são liberdade e autonomia: 65% das mulheres nessa faixa etária vivem sozinhas – eles são apenas 31% –, e 71% dos idosos brasileiros têm independência financeira.
– Há alguns anos, pensar na velhice era algo que acontecia só dentro das famílias, era algo privado. Hoje, há uma atenção cada vez maior para a qualidade do envelhecimento. Finalmente, o idoso é considerado um ator político, um importante consumidor com espaço maior na sociedade – afirma Guita Grin Debert, professora de antropologia na Universidade Estadual de Campinas.
Hoje, há 23 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Esse número é 50% maior do que na década passada. Proporcionalmente, as regiões Sul e Sudeste concentram a maior parte dessa população. De acordo com o último Censo, das 20 cidades com maior proporção de pessoas com mais de 60 anos, 18 são gaúchas.
Os 60 são os novos 40. A OMS encara esse grupo como idosos e isso têm suas vantagens e desvantagens. É bom porque garante direitos a um público que não era muito assistido. Ao mesmo tempo, é ruim porque eles enfrentam preconceito. São vistos como velhos, mas estão mais preocupados com a saúde, mudaram o estilo de vida porque querem viver mais e ainda têm pique para continuar trabalhando. Segundo o IBGE, 27% dos idosos brasileiros continuam trabalhando _ e isso inclui os setentões e os longevos (pessoas com mais de 80 anos). A "cronologização" da vida mudou. A idade é um sistema que padroniza a hora de iniciar a escola e de se aposentar, por exemplo, mas que hoje exige flexibilização.

A aposentadoria não é o fim da vida útil, apenas significa que vão sobrar mais tempo, depois de tantos anos de produção intensa, para aproveitar outras experiências. Antigamente, a idade tinha conotação de perda, de declínio. Hoje, são os ganhos que têm destaque na vida das pessoas mais velhas.
Fonte: ZH Clicrbs

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Bons hábitos alimentares para idosos

As mudanças que o corpo sofre durante a terceira idade exigem uma alimentação diferente das outras fases da vida


A dieta alimentar na terceira idade é, em geral, bastante diferente das demais etapas da vida. O processo de envelhecimento vem acompanhado de uma série de mudanças na função hormonal, no metabolismo energético e na atividade diária, o que afeta a necessidade de nutrientes. Nessa fase, olfato e paladar ficam progressivamente comprometidos. É comum o idoso se desinteressar por doces e salgados. A produção de saliva também é reduzida e aparecem as dificuldades no processo de mastigação e deglutição, que causam impacto significativo na quantidade e qualidade da ingestão do alimento. Além disso, a presença de doenças crônicas pode levar a restrições dietéticas, que associadas ao uso de diversos medicamentos, reduzem o apetite ou interferem na absorção de vitaminas e minerais. Tudo isso se soma às alterações naturais nos mecanismos de defesa que tornam a pessoa idosa mais suscetível a infecções alimentares.

Outro fator de atenção é a redução da mobilidade que dificulta a compra e o preparo de alimentos e, às vezes, até o ato de se alimentar. Todas essas alterações requerem cuidados especiais com a alimentação na terceira idade. Os cuidados devem começar na aquisição dos alimentos, observando o prazo de validade, o armazenamento e a conservação adequados. Ainda no preparo das refeições, o processo de higiene pessoal e do ambiente, incluindo os utensílios a serem utilizados, reduz o risco de contaminações.

O planejamento de ambientes, móveis e utensílios seguros, de fácil higiene, que exijam mínimo esforço físico e previnam quedas são parte integrante da boa alimentação. A identificação dos alimentos com etiquetas de fácil leitura, com letras de tamanhos apropriados e codificações por cores também podem contribuir para um ambiente alimentar seguro para o idoso.  Para o consumo dos alimentos, um ambiente agradável, iluminado, arejado, limpo, com facilidade para higiene das mãos e móveis com cantos arredondados, que estimule a companhia de outras pessoas e não ofereça muitas distrações (TV, por exemplo) tem um grande efeito no desfrute da refeição e na manutenção de bom estado nutricional.

Buscando superar as eventuais dificuldades e estimular um envelhecimento saudável, o Ministério da Saúde publicou um Manual de Alimentação Saudável para a Pessoa Idosa que sugere medidas simples para tornar o dia a dia do idoso mais prazeroso, favorecendo a autonomia, o entrosamento social e a segurança alimentar e nutricional. Veja a seguir alguns bons hábitos:

 Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pular as refeições e comer devagar, mastigando bem os alimentos, é fundamental. Em caso de dificuldade para mastigar alimentos sólidos como carnes, frutas, verduras e legumes, pode-se picar, ralar, amassar, desfiar, moer ou batê-los no liquidificador.

 Ingira diariamente seis porções do grupo dos cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos como a batata e raízes como o aipim. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural.

 Coma pelo menos três porções de legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches.

 Garanta o feijão com arroz no prato de cada dia ou, pelo menos, cinco vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e dá energia.

 Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retire a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação.

 Limite óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina a no máximo uma porção por dia. Evite também refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas. Limite esses alimentos a no máximo duas vezes por semana.

 Diminua a quantidade de sal na comida. Para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos utilize temperos como cheiro-verde, alho, cebola e ervas frescas e secas ou suco natural de frutas, como limão.

 Determine a ingestão de pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água por dia. O baixo consumo de água pelo idoso, associado a uma série de alterações nos mecanismos de controle de água no organismo, leva muito facilmente à desidratação.

 Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo.


Iniciativas como estas levam os jovens a refletir sobre os cuidados com a alimentação dos idosos com quem eles convivem e a cultivar seu próprio capital vital, ampliando suas chances de ter uma vida saudável e prazerosa por mais tempo. 


Fonte: Época | O Globo 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

“Mais que sim”, diz idosa de 90 anos após sete décadas de ‘noivado’

Casal vive em Tatuí (SP) e demorou dois anos para reunir documentos.
Noivo tem 103 anos e comemorou: 'Estava esperando por isso.'


 

Juntos há mais de sete décadas, o casal Davi Bitencourt, de 103 anos, e Maria Poutrole, de 90, oficializaram a união após todos esses anos de “noivado” no mês passado, em Tatuí (SP). Em frente ao juiz, os dois confirmaram a vontade de oficializar a união.

 

Aparentemente ansiosos, os noivos chegaram ao cartório de registro civil sem atraso. Para um dos dias mais importantes da vida do casal, o aposentado Davi estava bem elegante, usando um paletó branco e gravata. Já a noiva escolheu usar um colar de pérolas e uma bolsa dourada para dar um charme especial à roupa branca. Depois do sim, David comemorou: “Estava esperando por isso há 70 anos.”

O que chamou a atenção dos convidados foi o momento da confirmação do casal. Como o noivo tem problemas de audição, Maria deu uma ajuda ao futuro marido sussurrando a resposta “sim” no ouvido dele. Já no momento dela não havia dúvidas: “Mais que sim (risos)”, exclamou.

Há 10 anos, a aposentada Ana Alice Soares passou a conviver com o casal em Tatuí. Ela foi responsável por todos os trâmites para viabilizar o casamento. Segundo Ana Alice, foram dois anos atrás de todos os documentos, desde certidão de nascimento, RG e outros.

O juiz que fez o casamento, Luiz Gonzaga Ferraz, também diz ter ficado emocionado com o casamento. “É emocionante sim, não tem como. É um acontecimento raro, não é para todo mundo. Ainda bem que participei”, ressalta. O casal morava em São Paulo e teve um filho que hoje está com 58 anos. Ana Alice conta que foi a pedido do filho que os dois oficializaram a união. “O sonho do filho era pegar a certidão de casamento deles.

Há 70 anos...
Enquanto aguardava para se casar, Maria lembrou como os dois se conheceram. De acordo com a noiva, foi por causa do trabalho e falaram-se por telefone durante três anos antes do primeiro contato pessoalmente. Quando finalmente se viram foi amor à primeira vista, revela Maria. “Tinha que passar a cotação do algodão todos os dias para ele, que era do sindicato. Ele era o presidente. Pessoalmente foi emocionante, porque não conhecia, só conhecia a voz e não a pessoa. Quando conheci a pessoa foi um encantamento total”, afirma.

 


Questionada sobre o segredo de manter um relacionamento por tanto tempo, a aposentada lembrou-se de uma simples palavra: “Perdoar.” E o casal revela: nada de lua de mel, festa ou bolo. Agora casados oficialmente, Maria e Davi foram embora felizes para a casa e com a certeza que nunca é tarde demais para demonstrar amor a quem se ama.