segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Diabetes na Terceira Idade

A chamada Terceira Idade para alguns, é um aprisionamento, para outros é a conscientização de seu atual momento, que deve ser vivido com o mesmo amor e dedicação que vivenciou em seus anos mais jovens. A terceira idade não comprometida psicologicamente é aquela que cuida, vive e quer continuar vivendo a vida em toda sua plenitude. Dentro dos aspectos biopsíquicos da terceira idade, o que mais nos chama a atenção é o estresse, o desgaste físico e a tendência à obesidade localizada.

Quando o diagnóstico chega, geralmente a primeira reação é de incredulidade e negação. Em seguida a pessoa se sente chocada, apática e cria uma sensação de descrença. Ela age, ignorando muitas vezes o diagnóstico. Manifesta sentimentos de dor emocional, tristeza, angústia e mal estar.

O sentimento de culpa e depressão muitas vezes é inevitável. Nenhuma outra emoção humana é tão aflitiva e dolorosa quanto à culpa, por sermos diretamente responsáveis por nossas escolhas.

O tempo, a dedicação, o amor, o afeto dos familiares e a crença, formam o elixir perfeito para ajudar o portador de diabetes a superar sua dor e tristeza. Ao tomar consciência de si, começam a elaborar a própria doença. Este processo envolve a procura de mecanismos de recuperação, uma reeducação alimentar, social e físico-emocional e o trabalho que passa a ter valor terapêutico.

Neste momento, a troca de vivências com portadores da mesma doença tem um valor infinito, como o conhecimento da própria doença, a descoberta de uma nova forma de viver e enxergar a própria vida e a descoberta de não estar só, levando-o a repensar suas crenças e valores.

Reaprende assim a conviver com sua própria condição. Geralmente essas pessoas buscam a intervenção de uma equipe interdisciplinar presente em instituições que ajudam o portador a se recolocar no mundo com o seu eu mais reestruturado. Conscientes de sua realidade retomam as tarefas diárias com mais coragem e responsabilidade sobre sua própria vida, aceitando mudanças e vivendo com mais autenticidade novos modelos de ser.

Compreender estas pessoas perfaz uma necessidade urgente dos profissionais da saúde de se apoderarem de uma escuta mais qualificada, e a se questionarem sobre alguns aspectos do nosso comportamento profissional e pessoal ao lidar com o desequilíbrio das emoções humanas.

Somente através da compreensão desses pacientes, é possível cuidar de ajudá-los a enfrentar tais situações. A vida está aí presenteando com a riqueza de apenas ser. Cabe a cada um se responsabilizar por suas próprias escolhas. Pode-se escolher passar por ela com esperança e confiança da descoberta das próprias capacidades e novas habilidades ou afundar na amargura do desconhecido.

Por: Regina Niglio - psicoterapeuta especializada em doenças crônicas e membro do Conselho Consultivo e Científico da Associação Diabetes Brasil (ADJ)
Fonte: Portal de bem com a vida



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