A
chamada Terceira Idade para alguns, é um aprisionamento, para outros é a
conscientização de seu atual momento, que deve ser vivido com o mesmo amor e
dedicação que vivenciou em seus anos mais jovens. A terceira idade não comprometida
psicologicamente é aquela que cuida, vive e quer continuar vivendo a vida em
toda sua plenitude. Dentro dos aspectos biopsíquicos da terceira idade, o que
mais nos chama a atenção é o estresse, o desgaste físico e a tendência à
obesidade localizada.
Quando
o diagnóstico chega, geralmente a primeira reação é de incredulidade e negação.
Em seguida a pessoa se sente chocada, apática e cria uma sensação de descrença.
Ela age, ignorando muitas vezes o diagnóstico. Manifesta sentimentos de dor
emocional, tristeza, angústia e mal estar.
O
sentimento de culpa e depressão muitas vezes é inevitável. Nenhuma outra emoção
humana é tão aflitiva e dolorosa quanto à culpa, por sermos diretamente
responsáveis por nossas escolhas.
O
tempo, a dedicação, o amor, o afeto dos familiares e a crença, formam o elixir
perfeito para ajudar o portador de diabetes a superar sua dor e tristeza. Ao
tomar consciência de si, começam a elaborar a própria doença. Este processo
envolve a procura de mecanismos de recuperação, uma reeducação alimentar,
social e físico-emocional e o trabalho que passa a ter valor terapêutico.
Neste
momento, a troca de vivências com portadores da mesma doença tem um valor
infinito, como o conhecimento da própria doença, a descoberta de uma nova forma
de viver e enxergar a própria vida e a descoberta de não estar só, levando-o a
repensar suas crenças e valores.
Reaprende
assim a conviver com sua própria condição. Geralmente essas pessoas buscam a
intervenção de uma equipe interdisciplinar presente em instituições que ajudam
o portador a se recolocar no mundo com o seu eu mais reestruturado. Conscientes
de sua realidade retomam as tarefas diárias com mais coragem e responsabilidade
sobre sua própria vida, aceitando mudanças e vivendo com mais autenticidade
novos modelos de ser.
Compreender
estas pessoas perfaz uma necessidade urgente dos profissionais da saúde de se
apoderarem de uma escuta mais qualificada, e a se questionarem sobre alguns
aspectos do nosso comportamento profissional e pessoal ao lidar com o desequilíbrio
das emoções humanas.
Somente
através da compreensão desses pacientes, é possível cuidar de ajudá-los a
enfrentar tais situações. A vida está aí presenteando com a riqueza de apenas
ser. Cabe a cada um se responsabilizar por suas próprias escolhas. Pode-se
escolher passar por ela com esperança e confiança da descoberta das próprias
capacidades e novas habilidades ou afundar na amargura do desconhecido.
Por: Regina Niglio -
psicoterapeuta especializada em doenças crônicas e membro do Conselho Consultivo
e Científico da Associação Diabetes Brasil (ADJ)
Fonte: Portal de bem com a
vida
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