quarta-feira, 18 de maio de 2016

Cuidados fundamentais na alimentação dos idosos


O processo de envelhecimento vem acompanhado de uma série de mudanças na função hormonal, no metabolismo energético, e mesmo nos sentidos, já que o olfato e paladar nessa fase da vida ficam progressivamente comprometidos.

A produção de saliva é reduzida, gerando dificuldades nos processos de mastigação e deglutição e um impacto significativo na quantidade e nas condições do alimento digerido.

A presença de doenças crônicas e o uso de diversos medicamentos, por sua vez, podem reduzir o apetite ou interferir na absorção de vitaminas e minerais. A redução da mobilidade é outro fator que requer atenção, porque, em muitos casos, pode dificultar a compra, o preparo e até o ato de se alimentar. São tantas as mudanças que os idosos ficam mais suscetíveis à desidratação e suas complicações.

Buscando superar as eventuais dificuldades e estimular um envelhecimento saudável, o Ministério da Saúde publicou um Manual de Alimentação Saudável para a Pessoa Idosa, que sugere medidas simples para tornar o dia a dia do idoso mais prazeroso. Confira algumas dicas:

- Sempre observe o prazo de validade do alimento e adote o armazenamento adequado. A identificação dos alimentos com etiquetas de fácil leitura, com letras de tamanhos apropriados e com diferenciação de cores também podem facilitar na organização;

- Atenção à higiene pessoal, a dos utensílios e do ambiente em que são preparadas as refeições reduzem o risco de contaminações;

- Planeje um ambiente bem iluminado e arejado, disposto com móveis com cantos arredondados e utensílios seguros, que exijam o mínimo esforço físico e previnam quedas. Evite pisos escorregadios ou tapetes soltos;

- Busque um profissional de Nutrição para estabelecer um plano alimentar adequado às suas necessidades e objetivos;

- Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições e coma devagar, mastigando bem os alimentos. Em caso de dificuldades na mastigação dos alimentos mais rígidos, pode-se picar, ralar, amassar, desfiar, moer ou batê-los no liquidificador (frutas);

- Dê preferência aos alimentos na sua forma mais natural e limite o uso de industrializados;

- Diminua o consumo de sal. Tempere as refeições com cheiro-verde, alho, cebola, ervas frescas e secas ou suco natural de frutas, como limão;

- Evite alimentos com grandes concentrações de açúcar ou óleos. Substitua doces e guloseimas por frutas de sobremesa;

- Determine a ingestão de pelo menos dois litros (entre seis a oito copos) de água por dia. Incentivar o consumo de água é fundamental já que o idoso normalmente não sente sede;

- Mude de hábitos: substitua bebidas alcoólicas por atividades físicas. Elimine o fumo de uma vez por todas.

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FONTE: ÉPOCA

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Projeto oferece abrigo a estudantes em troca da oferta de companhia a idosos


Na casa de repouso Humanitas, em Deventer, na Holanda, é comum observar longos e gostosos bate-papos entre jovens e idosos. As conversas parecem acontecer entre netos e avós que se gostam muito. Todos moram juntos, só que não há vínculo sanguíneo entre eles.

Essa interação entre gerações, que coloca sob o mesmo teto 160 idosos e seis universitários faz parte de um projeto inovador, que começou há dois anos, quando o estudante Onno Selbach entrou em contato com a gerente da casa de repouso, Gea Sijpkes. Ele reclamava do excesso de barulho, das condições precárias da universidade onde morava – com alojamentos caros e pequenos – e sugeria um intercâmbio.

Lá, os estudantes das universidades Saxion e Windesheim não precisam pagar aluguel, desde que passem ao menos 30 horas por mês como “bons companheiros” dos idosos. O objetivo é reduzir a solidão dos mais velhos e acabar com a imagem negativa que muitos têm sobre o processo de envelhecimento.

Os estudantes participam de diversas atividades com os moradores. Preparam refeições, fazem compras, comemoram aniversários, assistem TV e fazem companhia quando alguém adoece. Também planejam atividades de acordo com os interesses de cada um.

Quando um grupo de idosos demonstrou interesse por grafites, por exemplo, os alunos o levaram para as ruas, munidos de spray e pedaços de papelão para ensiná-los sobre essa forma de arte. Já o morador Anton Groot Koerkamp, de 85 anos, se interessou por aulas de informática. Jurrien Johanna, seu vizinho de 22 anos, se prontificou a ajudá-lo. Hoje, Anton já sabe navegar na internet, envia e-mails e tem perfil no Facebook.

São relações como a de Anton e Jurrien que rompem o isolamento social e a solidão, responsáveis pelo aumento dos casos de depressão na terceira idade. A conexão entre gerações cria interações sociais benéficas para todos os residentes: os idosos desfrutam – e muito – da presença dos jovens, mas os estudantes também aprendem.

Os estudantes podem entrar e sair quando necessário, desde que não incomodem os mais velhos. Os interessados passam por processo de seleção criterioso antes de se mudar para lá. Na avaliação, são levadas em conta a origem do estudante e suas motivações para o trabalho no local.

O projeto criativo da Humanitas já ultrapassou as fronteiras holandesas. Intercâmbios de gerações têm surgido na França, Reino Unido e Estados Unidos, só que de formas diferentes.

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quarta-feira, 11 de maio de 2016

A tendência em moradia para idosos cada vez mais independentes


É mais provável que você passe sua velhice morando sozinho, com amigos ou numa instituição do que na casa dos filhos, como era comum em outras gerações. Convívio social e atividades recreativas são alguns dos atrativos dos residenciais para idosos.


Especialistas em envelhecimento dizem que os arranjos do passado – nos quais os idosos costumavam se mudar para casa dos filhos quando começavam a precisar de auxílio –, tendem a se tornar menos comuns, despertando um mercado de oportunidades para instituições de longa permanência e repúblicas da terceira idade.

"Hoje, a maior parte dos idosos brasileiros vive em suas próprias casas. Os que precisam de ajuda ainda têm os filhos como primeira opção, mas essa é uma solução complicada, já que tanto as casas quanto as famílias diminuíram", diz Marília Viana Berzins, assistente social do Observatório da Longevidade Humana e do Envelhecimento.

Em seu livro "70Candles! Women Thriving in Their 8th Decade" (‘Setenta velas: mulheres florescendo em sua oitava década’, em tradução literal) as pesquisadoras Jane Giddan e Ellen Cole aconselham que, depois de uma "certa idade", tracemos planos de permanência ou de fuga do ninho, de acordo com as nossas condições e vontades pessoais. Cabe dizer que nem as pesquisadoras arriscam um palpite quanto à idade ideal para tal mudança.

"Nos EUA, quase 90% das pessoas com mais de 65 anos planeja envelhecer em sua própria casa, mas poucas tomam medidas para isso, como rever a acessibilidade dos cômodos e pensar no que pode ser feito para tornar o ambiente seguro", diz Giddan, que é professora de psiquiatria da Universidade de Toledo.

Para ela, um pouco de planejamento pode prolongar a independência e permitir que as pessoas tomem as rédeas do próprio envelhecimento. Ela lista desde reformas e mudanças de bairro até um arsenal tecnológico de aplicativos de celular que compartilham a localização com familiares em tempo real e câmeras de monitoramento doméstico.
"Conheço grupos de pessoas mais velhas que moram próximas e dividem um cuidador, conheço amigos que compraram um terreno para construir casas e serem todos vizinhos.", diz Giddan.
Idosos que não moram sozinhos ou com seus companheiros costumam viver com parentes, sobretudo com filhas mulheres, afirma Berzins. Segundo levantamento feito em 2009, apenas 1% dos idosos brasileiros vive em instituições de longa permanência (ILPIs, termo corrente para asilos e casas de repouso). A maioria (65,2%) dessas casas é filantrópica. As públicas somam apenas 6,6%, com predominância de instituições municipais.


Mas, esse mesmo estudo, feito pelas pesquisadoras do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Ana Amélia Camarano e Solange Kanso, aponta tendência de crescimento das instituições privadas com fins lucrativos: elas somam 57,8% das instituições criadas a partir de 2000. 
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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Casal centenário conta os segredos de 81 anos de união


Numa época em que muitos acham que trocar um relacionamento é mais fácil do que cultivá-lo, esta história nos mostra que existem amores para a vida toda sim e que valem muito a pena.


João Manoel Gonçalves tem 101 anos. Serafina Melo Gonçalves tem 100. Eles são casados há 81 anos. Os dois agricultores, que tiveram nove filhos, 37 netos, 74 bisnetos e 24 tataranetos, vivem na zona rural de Torres, no Rio Grande do Sul.

O casal se conheceu em 1927, ele com 14 e ela com 13. Tornaram-se vizinhos, e em pouco, tempo amigos. Em março de 1934, o casal trocou alianças na igreja do bairro Águas Claras.

“Nunca pensei que viveríamos tanto. Me admiro porque, além da idade, temos saúde” conta seu João.

“Ele nunca teve muito cabelo, mas era lindo. Casei com o homem mais bonito de Itapeva”, conta Finoca, como é conhecida dona Serafina.

Eles e boa parte de seus descendentes vivem onde o casal se conheceu. Plantam milho, batata e feijão e criaram diversos animais, ali mesmo. “Isso daqui era tudo mato. Lembro-me de ir a Torres com o carro de boi para buscar mantimentos que não tínhamos aqui”, recorda seu João.

João e Serafina dizem que o segredo da longevidade está na dieta de frutas e verduras e a rotina de trabalho duro durante grande parte da vida. Mas que o ingrediente secreto mesmo é só um: o amor.

“A receita é o carinho que sentimos um pelo outro. Eu amo ele e vou amá-lo até o resto da minha vida” afirma Serafina.

“Apesar de toda essa idade, ainda nos amamos. Já tivemos várias discussões e brigas, mas o importante é ter respeito, capricho com o outro, além de paciência e carinho. Assim, quanto mais velho se fica, mais cresce o amor”, explica João.
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