quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dois em cada cinco adultos com artrite reumatóide são fisicamente inativos



Iniciativas para reverter o quadro precisam suprir a falta de motivação para se exercitar, bem como promover os benefícios da atividade física.


Um estudo publicado no Arthritis Care & Research descobriu que dois em cada cinco adultos com artrite reumatoide são inativos, ou seja, não praticam exercícios físicos. A artrite reumatoide é uma doença crônica autoimune caracterizada pela inflamação articular sistêmica, que pode danificar articulações, prejudicar a função motora e causar incapacidade significativa. Até o início dos anos 80, os reumatologistas recomendavam medicação e descanso para os que eram diagnosticados com a doença. No entanto, as evidências médicas atuais sugerem que a prática regular e moderada de exercícios físicos pelos pacientes artríticos mantém a flexibilidade das articulações, melhora o equilíbrio, fortalece os músculos e reduz as dores.



Embora já existam muitas evidências dos benefícios da atividade física para o tratamento da artrite, os pacientes com a doença, geralmente, não são fisicamente ativos. E os médicos que atendem estes pacientes, muitas vezes, são omissos diante deste quadro e não incentivam a atividade física regular de seus pacientes.


Segundo o autor do estudo, Jungwha Lee, professor assistente do Departamento de Medicina Preventiva Medicina da Northwestern University Feinberg School of Medicine, em Chicago, Illinois, sua pesquisa tem como objetivo ampliar a compreensão dos fatores de risco associados com a inatividade entre os adultos com artrite reumatoide, visando incentivar intervenções clínicas que promovam a participação do paciente em atividades físicas.


Para isto, Lee e sua equipe analisaram dados de 176 pacientes com artrite reumatoide, com 18 anos ou mais, inscritos em um estudo para avaliar a eficácia da intervenção médica, visando promover a atividade física. Os resultados revelaram que:


• 42% dos pacientes com artrite reumatoide eram inativos;


• 53% dos participantes do estudo disseram não ter motivação para realizar atividades físicas;


• 49% não tinham informações relevantes sobre os benefícios da atividade física.


A inatividade física entre os pacientes com artrite reumatoide é um problema de saúde pública. Os resultados da pesquisa sugerem que iniciativas para reverter este quadro precisam suprir a falta de motivação para se exercitar, bem como promover os benefícios da atividade física para reduzir a prevalência de inatividade em pacientes com artrite. As pessoas devem ficar atentas à saúde e praticar exercícios sempre com a orientação de um profissional.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Idosa de 87 anos reforma bonecas para doar a crianças carentes



Desde que começou, já foram mais de mill brinquedos reparados

 

Todo Natal, Virginia Dias ganhava a mesma boneca de presente. "Era um bebê. Davam uma pintura e uma roupa nova", conta Vivi, como é conhecida. Agora, a catarinense de 87 anos proporciona a crianças carentes o que não teve na infância. A sua sala de casa virou uma 'oficina' repleta de bonecas e bichos de pelúcia.


Vivi recebe doações de brinquedos usados. Lava, conserta e veste um por um. De vez em quando faltam bonecas, então compra e refaz todas as roupinhas. "Às vezes vem tudo sujo, e não dá para lavar na máquina. Uma delas eu enxertei a cabeça, porque ela veio solta", conta. A intenção é que o brinquedo pareça recém tirado da caixa.

A dona Virginia aprendeu a bordar no colégio e confeccionou roupinhas para bebês durante muito tempo. Há doze anos, uma das filhas pediu que ela vestisse as bonecas que seriam doadas para uma creche e se apaixonou pela atividade. “Trabalho todos os dias. Eu não saio de casa, então eu faço", diz.

Desde que começou, já foram quase dois mil ursos e bonecas reparados para alegrar o Natal de crianças carentes. No final de 2013, quem teve a sorte de receber essas relíquias foi uma creche da Grande Florianópolis.


Apesar de todo trabalho, Vivi pede que a filha faça as entregas. "Não sei dizer o porquê. Se eu vejo que uma criança pega pela orelha ou pelo pé.. Então não gosto de ver, mas fico feliz, dizem que elas gostam muito", explica.

Fonte: Globo.com
Disponível aqui.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Parkinson, a busca pela cura



Novas formas de detectar a doença mais cedo e tratá-la com eficácia aumentam a compreensão da medicina e podem melhorar a vida dos pacientes

Estima-se que sofram com a doença, hoje, cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. É sintomático que finalmente o Parkinson, uma doença diagnosticada pela primeira vez em 1817, torne-se um elemento do roteiro de novelas e até seriados. Segundo projeções do Banco Mundial, em 20 anos, o número de doentes em países como Japão, Alemanha, Itália e Reino Unido será 50% maior. Em países de população mais jovem, como o Brasil, o número de vítimas deve dobrar: dos atuais 200 mil para 400 mil.

A doença de Parkinson ocorre quando uma área do cérebro conhecida como substância nigra morre ou se torna deficiente. Isso compromete a produção de um composto que ajuda a conduzir os sinais elétricos que controlam os movimentos do corpo, conhecido como dopamina. Os principais sintomas da doença são tremores nos braços, pernas, cabeça e mãos, além de movimentos involuntários, enrijecimento do corpo, perda de expressão e lentidão. Em alguns casos, segue-se a demência. A primeira informação que se recebe com o diagnóstico é que Parkinson não tem cura. Mas não é uma sentença de morte. Morre-se com Parkinson, não de Parkinson.

Com o aumento da expectativa de vida, a doença tornou-se mais comum. Por isso, surpreende que a medicina a conheça tão pouco. A última droga que revolucionou o tratamento – a levodopa, que estimula o cérebro a produzir dopamina –  completou 50 anos. Ainda é ela, o principal remédio para o controle do Parkinson. Não apenas a ciência não consegue produzir drogas mais eficazes, mas os médicos continuam a se surpreender com as causas da doença.

Um exemplo: a cidade de Bambuí, em Minas Gerais, tinha uma incidência de Parkinson de 7,2% entre a população com mais de 64 anos, o triplo do índice normal. Um estudo de 2006 revelou que quase metade dos casos se devia ao uso descontrolado de remédios contra psicose e vertigem. O controle de vendas de remédios fez a taxa cair. Hoje, sabe-se que fatores genéticos respondem por 15% dos casos. Os outros vêm de causas variadas, muitas desconhecidas. Sabe-se também que a exposição a toxinas (como pesticidas) aumenta o risco de contrair a doença. 


Não há ainda tratamentos preventivos. A falta de alternativas terapêuticas está em processo de mudanças. Uma das grandes esperanças para tratar o Parkinson é a primeira vacina em testes com humanos. Com o nome técnico de PD01A, é a primeira tentativa de atuar na causa da doença. Desde junho de 2012, 32 doentes testam a medicação em Viena. O objetivo da vacina é incentivar o organismo a criar defesas contra essa proteína.

Ainda é cedo para comemorar. “Anular o efeito de uma proteína no cérebro pode ter mais consequências além da interrupção do Parkinson”, diz Michael Okun, neurologista da Universidade da Flórida. Há alguns anos, uma vacina feita para eliminar uma proteína conhecida como tau, para combater o mal de Alzheimer, levou os pacientes a desenvolver meningite. “Independentemente dos resultados, o fato de termos chegado finalmente à fase de testes é promissor. Sabemos mais sobre a doença hoje que há um ano e meio”, completa.

Enquanto uma vacina não chega, avança o conhecimento sobre como lidar com o Parkinson para minimizar seus efeitos. Sabe-se que a primeira arma na guerra contra o Parkinson é a disposição mental. Hoje, o paciente é estimulado a não se conformar com as alterações de seu corpo. Com tratamento adequado, o paciente pode ter uma vida normal e saudável. 

Por: Flávia Yuri Oshima
Fonte: Época
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