segunda-feira, 18 de abril de 2016

5 perguntas e respostas que dão adeus ao medo de envelhecer


A longevidade já é uma realidade. Mas o que se pode fazer para envelhecer com saúde? O especialista em antienvelhecimento Bernd Kleine-Gung fala sobre vinho tinto, boas companhias e trabalho ao ar livre.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa média de vida hoje é de 71 anos, levando em conta a média global e ambos os sexos – em 1990, ela era de apenas 64 anos. No Brasil, esse índice melhora: os brasileiros vivem, em média, 75 anos.

Em entrevista à TV Deutsche Welle, o ginecologista Bernd Kleine-Gunk, presidente da Sociedade Alemã de Prevenção e Medicina Antienvelhecimento (GSAAM, na sigla em alemão), enumera os diversos fatores favoráveis para a longevidade. Mas garante que não há uma fórmula secreta de rejuvenescimento: "Existem, porém, muito bons conselhos."

DW: Por que as pessoas estão vivendo mais – pelo menos no Ocidente?

Bernd Kleine-Gunk: Existem diversos fatores. Os cuidados médicos, por exemplo, estão em constante progresso. Mas sabemos que isso não é o mais importante. O fator decisivo é que hoje temos melhores condições de vida, como melhores hábitos de higiene e alimentação. Esses aspectos influenciam mais na expectativa de vida da população do que a medicina propriamente dita.

DW: O que podemos aprender com as chamadas "zonas azuis", onde as pessoas vivem mais do que a média mundial?

BKG: Não existe um denominador comum a todas elas. Em cada região, a população leva um estilo de vida diferente. Na Sardenha, por exemplo, eles afirmam que o vinho tinto é o segredo de sua longevidade. Já na ilha japonesa de Okinawa, o segredo seria a alimentação à base de algas. Existem, no entanto, alguns fatores comuns: ninguém que chegou aos 100 anos, em qualquer uma dessas regiões, estava acima do peso. Pelo contrário, eles são adeptos da restrição calórica há décadas, como recomendam os especialistas em rejuvenescimento. Mas não como medida dietética consciente, e sim porque não tiveram alimento suficiente por muitos anos.

Além disso, a base de sua dieta são frutas e verduras. Muitos deles são agricultores e continuam trabalhando enquanto a idade – e o físico – permite. Por isso, passam muito tempo respirando ar fresco e adquirindo bons níveis de vitamina D. E, por último, o mais importante: eles estão bem arraigados em suas famílias e comunidades. Esse sentimento de "Eu sou útil e tenho um papel a desempenhar na vida" é crucial e lhes dá forças para que continuem vivendo.

DW: Qual é a importância da atitude pessoal para se viver mais?

BKG: Gente otimista e afetuosa tem mais amigos durante a velhice. Quem é amável também é digno de ser amado. É bom se sentar junto com essas pessoas – com os rabugentos, nem tanto assim. Descobrimos que essa é também uma fantástica profilaxia da demência. O cérebro é um órgão social: precisamos do intercâmbio com os outros. E ele é muito mais fácil com os que têm uma estrutura básica amigável do que com os que vivem como lobos solitários.

DW: Existe alguma fórmula para permanecer jovem por mais tempo?

BKG: Uma fórmula única, seguramente não. Mas existem conselhos muito bons. Um deles é: não deixe de fazer as coisas de que gosta. Nenhum artista deixa de pintar aos 65 anos, ou de escrever, ou de tocar música. Outro conselho: evite tudo aquilo que faz envelhecer e morrer prematuramente, sobretudo fumar. Mais uma dica: cuide de seu peso, siga uma dieta equilibrada. E nunca perca a curiosidade pela vida. Se estou sempre descobrindo coisas novas e belas, tenho uma boa motivação para seguir vivendo.

DW: Por que envelhecemos?

BKG: Estamos na Terra porque temos um objetivo biológico básico, que consiste em transmitir nossos genes às gerações seguintes. Feito isso, nos tornamos prescindíveis. Então passamos a envelhecer de maneira significativa e mensurável. Até os 30 anos, quando a missão de reproduzir normalmente foi cumprida, permanecemos jovens. A partir daí, não somos mais interessantes para a Mãe Natureza. Quem, então, ainda quiser se manter jovem e saudável, precisa se cuidar muito.

DW: As mulheres se tornam inférteis antes dos homens, mas a expectativa de vida delas ainda é maior. Como isso se explica?

Há duas teorias. A primeira é que as mulheres são mais importantes. Elas contribuem para a preservação e reprodução da espécie muito mais do que os homens, por meio da gravidez, da amamentação e da criação dos filhos. Dessa forma, estão mais protegidas biologicamente.

A outra versão é a assim chamada "hipótese da avó". Ela postula que as mulheres de idade avançada, mesmo que inférteis, ainda mantêm um papel importante na educação e criação dos netos, o que também ajuda a preservar a espécie. Por isso, as mulheres vivem mais. 
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FONTE: TERRA

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Alzheimer eleva risco de desnutrição em idosos


Segundo estudo realizado por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, 26% dos pacientes com Alzheimer apresentam dificuldades para sentir o sabor dos alimentos e essa perda de sensibilidade pode aumentar significativamente os riscos de desnutrição entre os idosos.

Ao todo, foram avaliados 130 idosos, portadores ou não do Mal de Alzheimer, e em diferentes estágios da doença. Após um ano de estudos, os primeiros resultados mostraram que o gosto salgado foi prejudicado desde o estágio inicial da doença e, com a sua evolução, o paladar para o doce e o amargo também foram afetados.

Segundo o médico Júlio César Morigutti, ao perderem a capacidade do paladar, esses idosos também perdem a vontade de comer, exigindo mais atenção da família.

Essa perda de sensibilidade pode oferecer riscos mesmo para aqueles que ainda sentem apetite, segundo a nutricionista Patrícia Contri. “Por não reconhecer o gosto amargo, há um aumento do risco de envenenamento, por exemplo, uma vez que o idoso com demência pode consumir alimentos estragados e não perceber".

Há também o risco de agravar outras doenças, como a hipertensão. "Como eles têm dificuldades em detectar o gosto de salgado, podem exagerar na quantidade de sal que colocam no alimento, contribuindo para a hipertensão arterial ou a insuficiência cardíaca. É um grande problema", alerta o médico.


Os pesquisadores ainda não identificaram como a perda de paladar ocorre no cérebro dos pacientes com Alzheimer. 
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FONTE: G1

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Projeto em Portugal ensina a arte do graffiti a idosos


Você já parou para imaginar o que seu avô ou avó seriam capazes de criar com uma lata de tinta e aulas de grafiti?


Desde 2012, a ONG Lata 65 já apresentou a arte “transgressora” do graffiti a mais de cem idosos em Lisboa.  No projeto, são oferecidos workshops ministrados por alguns dos melhores artistas urbanos da atualidade.

Dentre os seus objetivos, a ONG visa aproximar os “menos jovens” a uma forma de expressão habitualmente associada aos mais novos, e demonstrar que a arte urbana tem o poder de fomentar, promover e valorizar a democratização do acesso à arte contemporânea, pela simplicidade e naturalidade com que atinge as mais variadas faixas etárias.

Em entrevista ao site Conexão Lusófona, Lara Seixo Rodrigues, coordenadora do projeto, contou como é o perfil de participantes e contou à história que mais marcou sua experiência com a ONG.

Segundo Lara, cerca de 90% dos ‘novos graffiteiros’ são mulheres. Entre os participantes, ela destaca Luísa Cortesão, uma médica de 65 anos que participou do primeiro grupo, em 2012, e que “nunca mais parou de pintar na rua”.

– Ela não tinha qualquer formação artística. Hoje, ajuda a dar formação nos encontros, recebe convites de outros artistas, faz os próprios moldes de stencil e já foi até repreendida pela polícia enquanto grafitava! Os policiais ficaram sem reação quando perceberam que se tratava de uma senhora.

Prova do seu talento pode ser conhecida em sua página no Facebook, onde ela registra todas as obras e participações em murais. Pelas suas mãos, figuras fantasiosas como fadas e bruxinhas ganham os muros da cidade.


A ONG LATA 65 é uma iniciativa para idosos no âmbito da arte urbana, desenvolvida pelo Coworklisboa em parceria com o Wool – Festival de Arte Urbana da Covilhã.
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terça-feira, 5 de abril de 2016

Avós foram fundamentais para sobrevivência humana, conclui pesquisa



Eles mimam os netos e fazem muito do que não fizeram com os filhos. Estudo antropológico atrelado às teorias evolucionistas aponta porque os avós, em muitas famílias, são exemplo e considerados heróis.


O estudo publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B analisou os povos indígenas que vivem na parte boliviana da Amazônia, conhecidos como tsimane. A comunidade caça, coleta e cultiva seus próprios alimentos e quem garante a continuidade do processo para fornecer as calorias necessárias para a sobrevivência do grupo são os avós.

– O fluxo de calorias entre os indivíduos da tribo foi quantificado. O grupo tem um acesso limitado à comida e depende muito das pessoas para garantir o necessário todos os dias – disse Paul Hooper, antropólogo responsável pela pesquisa, ao explicar o método utilizado para chegar à conclusão de que os avós são os responsáveis pela evolução humana.

Durante cinco anos, os pesquisadores coletaram informações de 239 famílias tsimanes em oito aldeias diferentes. O estilo de vida das comunidades deu aos pesquisadores informações interessantes para entender como os seres humanos viviam antes da industrialização moderna. Uma dela é que os avós foram os que mais contribuíram para a alimentação das famílias e, portanto, para a sobrevivência dos mais jovens.

São os entes mais velhos que garantiram que a infância durasse mais tempo também. Algumas teorias evolucionistas, analisadas por Hooper e sua equipe, apontam que os humanos vivem mais tempo do que outros primatas porque mantém o convívio com os avós por mais tempo, o que reforçam os recursos aos seus clãs.

– Muitas vezes, é fácil ignorar a importância dos avós na sociedade moderna, em que os jovens são forçados a se tornarem competentes desde muito cedo. Mas é importante lembrar que, se você é bom no que faz hoje, é porque alguém o apoiou enquanto estava desenvolvendo suas habilidades. Na economia da aprendizagem, os avós são seres muito importantes para os humanos.
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FONTE: ZERO HORA