sexta-feira, 17 de julho de 2015

Pedala, idoso! Entenda porque a bike é fonte de saúde para a terceira idade

 O comitê de exercícios e reabilitação cardiovascular da Associação Americana do Coração confirma a ideia de que exercícios com bicicleta, se praticados diariamente, podem gerar benefícios em longo prazo, diminuindo os riscos de doença cardiovascular. A diminuição das taxas de gordura corporal, atingida com a contribuição dos exercícios frequentes, também é fator importante associado à diminuição dos riscos cardiovasculares.
   Mesmo que moderado, o exercício frequente melhora a condição cardiovascular e diminui a fadiga dos idosos. Uma pessoa de 70 anos, com o exercício constante, pode chegar a uma capacidade aeróbica semelhante a um indivíduo sedentário de 30 anos de idade. No entanto, nenhum programa de exercício deve ser iniciado sem avaliação e supervisão médica.
   Alterações metabólicas, como o aumento do glicogênio muscular, uma consequente maior sensibilidade dos tecidos à ação da insulina, e uma melhora da habilidade de se metabolizar a glicose do sangue, são outras vantagens associados ao ciclismo praticado frequentemente por pessoas idosas.
   Além de todas essas condições de saúde, o exercício físico libera endorfina na corrente sanguínea, responsável por uma sensação de bem estar geral. Recentes estudos descrevem efeitos benéficos da prática esportiva no combate à depressão, comparando-a até com o efeito de alguns medicamentos antidepressivos muito utilizados por idosos.
   Para os que desejam mais informações sobre o assunto, o livro “Dietbook Terceira Idade – Tudo o que você deve saber sobre alimentação e saúde depois dos 60 anos”, da nutricionista Lara Natacci (Editora Mandarim-Grupo Siciliano, 2001).



terça-feira, 14 de julho de 2015

Guia prático para prevenção a queda de idosos

   Com o avançar da idade, o indivíduo torna-se naturalmente mais frágil, em razão das mudanças inerentes ao próprio processo do envelhecimento, como a redução da visão e audição, deformidades musculoesqueléticas, diminuição da massa muscular, de alterações do equilíbrio e da mobilidade e do aparecimento de doenças crônico-degenerativas ao longo do tempo. Todos esses fatores aumentam o risco do idoso cair.
   No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano. O risco  desse tipo de acidente pode ultrapassar 50% entre as pessoas acima de 85 anos. A principal e mais grave consequência das quedas são as fraturas, que geram declínio funcional, risco de novas quedas, depressão e até aumento da mortalidade. E é dentro de casa que ocorre o maior número de quedas, cerca de 70% dos casos.
   O uso de algumas classes de medicamentos ou ainda a associação do uso de várias medicações, chamada de polifarmácia, também aumenta o risco de quedas no idoso. Alterações no nível de consciência, da frequência cardíaca ou pressão arterial, sonolência excessiva, tontura, sudorese, podem ser efeitos adversos de medicamentos, com potencial aumento no risco. Esses sintomas devem ser comunicados ao seu médico para que mudanças na prescrição possam ser instituídas, se necessárias.
   O idoso saudável também tem risco de quedas no domicilio. Assim como é considerado frágil, ele está exposto a situações de risco de quedas, que podem variar de acordo com seu nível de atividade, do meio ambiente e do seu comportamento. Entende-se por idoso saudável aquele que, mesmo tendo doenças crônicas controladas, apresenta capacidade funcional suficiente para desenvolver todas as ações cotidianas sem dificuldades.

   Situações de risco mais comuns às quais os idosos se expõem dentro de casa:

- Tapetes soltos nos pisos de salas, banheiros, corredores, aumentando os riscos de deslizamentos e escorregões;
- Presença de móveis nos corredores e cômodos, em locais que precisam ser desviados ao transitar;
- Animais de estimação (gatos e cachorros) que correm próximos aos donos;
- Escadas sem corrimão;
- Ambientes pouco iluminados;
- Levantar durante a noite num local sem fácil acesso para acender as luzes;
- Uso de escadas para alcançar objetos guardados no alto;
- Piso do banheiro molhado e escorregadio;
- Sapatos de solados escorregadios ou com salto alto;
- O uso de meias, chinelos, tamancos, sapatos tipo “Anabela” aumentam a instabilidade na marcha e prejudicam o equilíbrio.
   Os riscos de quedas no domicilio devem ser reconhecidos pelos profissionais da saúde e pela própria família. Uma vez identificados, eles farão todas as adaptações ambientais indicadas. Uma equipe especializada nos cuidados da terceira idade também poderá ser acionada para essa força tarefa.

Adaptações importantes para prevenção de risco de quedas no domicilio:

Quarto:
- Mantenha interruptor de luz ou um abajur ao lado da cama, para não levantar no escuro;
- Se tiver tapetes no quarto, prenda-os ao chão;
- Evite camas muito baixas e colchões muito macios, que dificultam os movimentos de deitar ou levantar;
- Prefira cadeiras e poltronas com apoios de braço laterais e com altura adequada para sentar e levantar;

Banheiro:
- Aumente a altura do vaso sanitário, com um elevador de assento, e instale barras de apoio laterais e paralelas para facilitar ao sentar e levantar;
- No box, substitua vidros por cortinas, utilize tapetes emborrachados e antiderrapantes e instale barras de apoio para facilitar a movimentação; caso sinta dificuldades para se abaixar durante o banho, mantenha uma cadeira resistente no local;
- O uso de lâmpadas fluorescentes e de cortinas, além de pia e assento do vaso de cores diferentes do piso tornam o ambiente mais bem iluminado;

Cozinha e área de serviço:
- Não utilize armários muito altos que necessitem de bancos ou escadas para alcançar os objetos;
Salas e corredores:
- Não deixe pequenos objetos espalhados pelo chão, como brinquedos de crianças, fios ou extensões elétricas que cruzem o caminho;
- Luzes com sensor de movimento em locais escuros e barras de apoio podem ser úteis;
- Retire pequenos móveis que podem ser barreiras ao livre acesso entre os locais da casa;
- Evite sofás muito baixos e macios para reduzir a dificuldade para se levantar;
- Se tiver escadas, essas devem ser livres de objetos, possuírem corrimão dos dois lados, fitas antiderrapantes nos degraus e interruptores de luz, na parte inferior e superior da mesma;

O que mais pode ajudar na segurança do idoso:
- Prefira sapatos fechados, de saltos mais grossos, com até 2,5cm de altura e solados antiderrapantes, ou tênis.
- Mantenha anotados os números de telefone de familiares, amigos ou do serviço de Home Care em locais de fácil acesso para ligações em casos de emergência;
- Combata o sedentarismo, praticando atividade física regularmente.
   Na prevenção de quedas, estudos mostram que exercícios para ganho de força muscular, equilíbrio e alongamento são de comprovado benefício. Esses resultados podem ser obtidos através da musculação, fisioterapia motora e Tai Chi Chuan, praticados em academias, parques ou na sua própria casa.
Para os menos ativos, a mudança no condicionamento físico pode ser iniciada com caminhadas, com duração mínima de 150 minutos distribuídos ao longo da semana.
A supervisão de um profissional capacitado durante as atividades é indicada.
   Além disso, estudos demonstram que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de quedas em pessoas acima de 65 anos. No entanto, é necessário uma orientação médica para o uso adequado.
   Quedas são eventos frequentes, potencialmente graves e que não devem ser negligenciados. Como apresentado acima, medidas simples podem ser facilmente adotadas, através de adaptação do domicílio, mudanças de comportamento e de estilo de vida na promoção de saúde.

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Vacinação na Terceira Idade: Saiba o que fazer para manter sua imunidade

   A vacinação é um processo caracterizado por administrar substâncias capazes de aumentar a resistência a infecções, denominado imunização. Sempre foi dada muita ênfase à vacinação infantil e a vacinação do adulto é pouco considerada, sendo ainda desconhecida por muitos.
   Se a pessoa recebeu o esquema básico de vacinação da infância (vacina tríplice: difteria, tétano e coqueluche), deverá receber a dose de reforço contra difteria e tétano (vacida “dT”) a cada 10 anos a partir da adolescência. São recomendadas ainda as vacinas contra rubéola (principalmente mulheres jovens), contra a Hepatite B, contra a pneumonia e contra a gripe.
   A resposta do idoso à imunização é menor do que aquela que ocorre entre as crianças, mas o seu uso na terceira idade é considerado muito importante. Atualmente recomenda-se vacinação contra a pneumonia (a cada cinco anos) e gripe (anual) após os 60 anos.
As principais viroses que atingem o aparelho respiratório na terceira idade são o resfriado comum, a gripe e as pneumonias. 
   A infecção por herpes também ocorre na terceira idade e se manifesta desde um processo benigno circunscrito à pele até uma encefalite. A infecção herpética tem como característica fundamental atingir o nervo. Existem três tipos de vírus herpético, sendo mais comum entre os idosos a herpes do tipo Zoster. 
   A doença atinge o nervo e a pele, provocando inicialmente lesões cutâneas (pequenas vesículas e vermelhidão) e depois dores intensas. Em geral localiza-se no tórax, mas pode ocorrer na face, no olho e no ouvido.
   Este tipo de herpes raramente pode gerar complicações que comprometa o sistema nervoso central na forma de encefalite. A infecção por Herpes Zoster também ocorre em pessoas enfraquecidas e com sistema imunológico baixo (portadores de câncer, por exemplo).
   O tratamento é feito com substâncias antivirais de uso local ou tópico e também através de injeções. Outros vírus herpéticos podem provocar infecções graves no sistema nervoso, sendo a encefalite a mais comum. Outra infecção herpética é a genital, que atinge os órgãos sexuais, sendo mais comum entre os jovens.
   A população idosa até bem pouco tempo representava parcela insignificante nas estatísticas da AIDS ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. As últimas estatísticas norte-americanas mostram aumento significativo no número de portadores do vírus da AIDS em pessoas com mais de 65 anos.
   A explicação deste fenômeno é controversa, mas é possível que a desinformação quanto a essas doenças e assim como os métodos de prevenção. O pensamento bastante frequente de que "a doença nunca irá me atingir" sem dúvida é um fator relevante.
   A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) produziu um Guia de Vacinação com todas as informações e um calendário para vacinação do idoso.  Acesse e confira gratuitamente: http://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/guia-de-vacinas.pdf 

FONTE: BOA SAÚDE e SBGG


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Higiene oral influencia a saúde e a vida social do idoso


De acordo com o Instituto de Pesquisa Dental e Craniofacial dos Estados Unidos (NIDCR), a cárie é a doença crônica mais comum entre pessoas acima dos 60 anos. Já a gengivite é a causa mais recorrente para a perda dos dentes – indicador sensível da saúde oral.  Estudos revelam que, na maioria dos casos, a gengivite é resultado de falta de cuidados com a higiene bucal, com escovações e uso de fio dental diariamente. 

  Por conta disso, muitos idosos ainda recorrem ao uso de dentaduras que, além de alterar as feições do rosto, mudam para sempre o jeito com que a pessoa mastiga, causando limitações ao longo do tempo. Como muitos idosos não podem recorrer aos implantes, a melhor forma de evitar essa situação é investir na prevenção e cuidar bem dos dentes naturais.

  Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), explica que a gengivite é uma doença periodontal que causa irritação, vermelhidão e inchaço da gengiva. Nos casos mais graves, a sustentação dos dentes fica comprometida e pode haver perdas. Cerri diz que a gengivite pode ser prevenida mediante escovação regular (mínimo de duas vezes ao dia), uso de fio dental e visitas regulares ao cirurgião-dentista.  “É importante também que todos se conscientizem de que uma saúde bucal comprometida pode impactar diretamente o aspecto nutricional dos idosos. Nesse sentido, como um efeito dominó, há também perda de qualidade de vida, de bem-estar e autoestima”.

  De acordo com o diretor da EAP, antes mesmo do surgimento da gengivite, um relevante problema que deve ser combatido é a boca seca, já que uma pessoa de 60 anos tem metade da quantidade de saliva de um jovem. Com a boca seca e desconfortável, a deglutição se torna mais difícil e a resistência bucal diminui, aumentando a dificuldade de mastigação. Quando essa condição passa despercebida e não é tratada a tempo, pode resultar na perda dos dentes.  A síndrome da boca seca acelera o aparecimento de cárie, infecções bucais e, principalmente, gengivite – e compromete não só os dentes do idoso, como também sua saúde geral, já que ele passa naturalmente a comer menos e ingerir apenas alimentos macios ou líquidos.

  “Trata-se de um ciclo vicioso que precisa ser interrompido. Ao controlar a síndrome da boca seca, conseguimos manter a saúde oral do paciente em ordem e evitar inflamações e infecções que levam a uma alimentação deficiente e, por conseguinte, comprometem sua disposição física e mental”. O especialista diz que, com o tempo, até mesmo o paladar pode sofrer alterações. Por isso, recomenda a esses pacientes uma rigorosa higienização oral, o que inclui enxágues bucais diversas vezes ao dia, além da ingestão de líquidos e de alimentos com alto teor de água. “O idoso deve cortar o alimento em pedaços pequenos, acrescentando, por exemplo, uma boa fatia de melancia, abacaxi, ou melão ao prato principal. Essa rotina controla os efeitos da boca seca durante as refeições e evita que o idoso passe a comer menos e fique com a musculatura oral enfraquecida. Quanto mais tempo puder permanecer com seus dentes naturais, tanto melhor para sua saúde e bem-estar”.

  Na opinião de Artur Cerri, embora seja perceptível um aumento significativo nos cuidados de saúde bucal do brasileiro nos últimos 10 anos, os idosos claramente ainda sofrem por problemas que podem ser evitados. “Evoluímos muito com relação ao acesso da população aos serviços de saúde bucal. O Brasil, inclusive, integra um grupo seleto de países que incluíram a saúde bucal no SUS – sistema de saúde de acesso universal e gratuito. O programa Brasil Sorridente resultou na criação de mais de mil Centros de Especialidades Odontológicas em todo o país. A APCD também tem se empenhado nesse sentido, realizando com sucesso a Campanha de Prevenção e Tratamento do Câncer de Boca. Ainda assim, são necessárias mais campanhas e ações que possibilitem aos idosos um tratamento bucal adequado e a recuperação da saúde”.


FONTE: VIDA E EQUILÍBRIO