quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Star Wars, velhice e a gestão hospitalar


“O Despertar da Força”, edição mais recente da série “Star Wars”, evidencia algumas questões relativas ao envelhecimento, motivadas pelo avanço da narrativa em 30 anos.



O tempo tornou-se assunto até mesmo fora do roteiro, após o reaparecimento da atriz Carrie Fisher (a Princesa Leia), que completará 60 anos em outubro. “Parem de discutir se envelheci bem ou não”, desabafou ela diante de tantos comentários sobre sua aparência. Na tela, o ressurgimento de um Harrison Ford, naturalmente mais velho, suscita um comentário do interlocutor-personagem: “Como você envelheceu?”. E ele devolve: “Com você ocorreu coisa bem pior”.

É assim que “Star Wars”, ao avançar de três décadas, toca na questão da representação da pessoa idosa. Aos poucos, o roteiro revela como aqueles que têm a ‘young-power’ precisam de uma ajudazinha dos ‘já-era’. Mesmo o velho R2-D2 é ressuscitado, embora a estrela seja o inovador BB-8. 

Aliás, BB-8, apesar de um modelo de robô de brinquedo, tem a tarefa de oferecer companhia por um longo tempo – o modelo do segmento da robótica mais desenvolvido no momento para cuidar ou acompanhar idosos. Neste ponto, o filme nos remete a uma questão: como será o idoso do futuro? Tal reflexão é fundamental para o nosso bem-estar no futuro. 

No filme, os “já-era”, mesmo bem idosos, guardam a sabedoria. A personagem MazKanata comenta: “Eu vivi o suficiente para ver os mesmos olhos em pessoas diferentes. Eu vejo os seus olhos. Eu conheço eles”. E, se é assim, como cuidaremos dessa população envelhecida? Como desfrutaremos social e economicamente de suas potências e experiências?

Os alertas da ficção científica deveriam servir para buscarmos soluções para o setor de saúde e encarar o envelhecimento da população. Certa vez, ouvi do Dr. Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) que nossos hospitais estavam “perdidos”, com o número de pacientes acima dos 90 anos crescendo em toda a rede. No setor público, a crise nacional na Saúde não é uma novidade. 

Com a abertura do mercado para o capital estrangeiro, uma revolução no setor hospitalar privado é prevista para 2016. O problema é que a maioria da população depende exclusivamente do SUS, e essa realidade empresta um papel fundamental ao Estado.
Existem muitas pesquisas acadêmicas relacionadas a longevidade no país e no mundo que podem auxiliar nessa fase. Uma tese interessante foi publicada por Christiane Louis ditGuerin, da EcoledesHautesEtudes, em Santé Publique, de Paris, sob o título “O engajamento de um hospital universitário geriátrico na Economia da Longevidade: desafios e perspectivas”. 

O trabalho é um bom guia para os hospitais brasileiros, públicos e privados, que estão em fase dessa transformação com a entrada de investidores estrangeiros. É preciso dizer que a França, ou toda a Europa, está na mesma encruzilhada brasileira. No entanto, alguns políticos mais comprometidos de lá empreendem um esforço com resultados já palpáveis. Por meio da estratégia da economia da longevidade, financia-se, subsidia-se e estimula-se a pesquisa e o desenvolvimento (P&D).

Guerin mostra o empenho do Hospital Charles Foix, um dos maiores da Ile-de-France, público e deficitário (11 milhões de euros em 2014), em adotar medidas, produtos e serviços voltados ao bom envelhecimento e à autonomia do idoso. O hospital deixou assim de ser “figurante”, isto é, um consumidor passivo, e assumiu a condição de “ator”, experimentando uma realidade até então limitada à ficção científica. A gerontecnologia empregada no experimento está os pacientes com Alzheimer, que testaram computadores e tablets adaptados para idosos com perda de autonomia. 

No Brasil, diriam alguns, nossos hospitais também têm institutos de pesquisa. No entanto, no setor público, o sucateamento é notório. No setor privado, ainda estamos restritos a projetos boutique – para poucos num país de 200 milhões de brasileiros. A longevidade, porém, é cada vez mais democrática, a despeito da desigualdade social, e é necessário que o setor de Saúde perceba com urgência que é o protagonista na construção de um futuro digno e ao alcance de todos.


*Jorge Félix é especialista em economia da longevidade, jornalista, professor e mestre em Economia Política pela PUC-SP. É autor do livro “Viver Muito” (Ed. Leya). 
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FONTE: BRASILEIROS

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A resposta de Cora Coralina sobre o que é velhice


Um repórter perguntou a poeta Cora Coralina o que é viver bem. Ela lhe disse:
"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo.
Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos; e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. 
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. 
Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. 
Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. 
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. 
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. 
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
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FONTE: A SOMA DE TODOS OS AFETOS (Facebook)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Malhação mental: Pequenas dicas, grandes resultados!


Manter a mente ativa é a melhor forma de retardar o aparecimento de problemas típicos da idade. Confira sete dicas para você exercitar seu cérebro:

1º - Procure novas formas de fazer as coisas. Alguns exemplos simples e eficientes são criar novas rotas de volta para a casa após um dia de trabalho ou repensar nova organização ou finalidade para os móveis;

2º - Não caia na rotina. Nosso piloto-automático mental é realmente muito útil e eficiente no dia-a-dia, mas a nossa mente acaba se acomodando se tudo for feito apenas por hábito;

3º - Procure outras atividades mentais. Aprender alguma coisa nova afasta o tédio e, dependendo do grau de sociabilidade, a solidão. Escolha conhecimentos totalmente diferentes daqueles que você usa no seu ambiente profissional;

4º - Exercícios físicos também são importantes para diminuir os riscos de derrames, microderrames, entre tantos outros problemas relacionados ao sedentarismo;

5º - Dedicar-se a alguma forma de arte também é um ótimo exercício mental. Não hesite em aprender um pouco mais sobre as expressões que despertam o seu interesse;

6º - A partir dos 50 anos, fazer check-ups periódicos das suas capacidades cognitivas é altamente recomendado. “Quanto mais cedo os indícios de problemas forem identificados, mais fácil será conter o seu avanço”, diz a neuropsicóloga Jacqueline Abrisqueta-Gomez, do Hospital São Paulo;

7º - Encare o ato de pensar como uma atividade genuína e com valor em si mesma, diz o neuropsicologo russo-americano Elkhonon Goldberg. “Faça dela uma parte do seu estilo de vida.” 
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Pneumonia em idosos pode ser confundida com depressão


Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) conclui que grande parte dos brasileiros não conhece os sintomas da pneumonia. Você sabe por que os idosos são os que mais sofrem com a doença?


A pneumonia é um processo inflamatório do tecido pulmonar transmissível, causada por agentes infecciosos, como fungos, vírus e bactérias. No caso dos idosos, a combinação de idade avançada com a presença de outras doenças associadas (como diabetes, hipertensão arterial e doença pulmonar obstrutiva crônica) pode comprometer ainda mais a imunidade do individuo.  Se não for tratada corretamente, a doença pode agravar e levar à morte.

O pneumologista Dr. Arthur Rothman alerta "Idosos internam entre três e quatro vezes mais do que jovens e a mortalidade entre eles também é bem maior. Por isso é necessário dar importância à prevenção", afirma.

Prevenção
- Garantir condições gerais de higiene pessoal, em roupas e no ambiente;

- Estar com a vacinação em dia. As obrigatórias incluem a da gripe (que predispõe o desenvolvimento da doença) e a da pneumonia (contra a bactéria do pneumococo);

- Mantenha-se hidratado. É importante acompanhar a quantidade de líquido ingerido e oferecê-lo em diferentes momentos do dia, uma vez que o idoso não sente sede normalmente.

"Em meses mais frios, o número de casos da doença aumenta até 30%", alerta o pneumologista. O uso constante do ar-condicionado nos meses mais quentes, por sua vez, tornam necessários os mesmos cuidados. A manutenção desse aparelho também requer atenção.

Sintomas 
Diferentemente dos jovens (que apresentam febre alta, tosse e dor torácica), em idosos os sintomas são, muitas vezes, interpretados como confusão mental, apatia e perda de apetite. Tosse e dores no peito acontecem em menor grau e, mais da metade dos casos, não há febre.

O idoso com pneumonia pode apresentar um ar de deprimido. Negligenciar a situação inviabilizam o diagnóstico e o devido tratamento.

Tratamento
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação do histórico clínico do paciente, exames físico e raio-X do tórax.

O tratamento da pneumonia visa combater o agente causador. Se for causada por bactéria, ele é feito, principalmente, com o uso de antibióticos. Além deste específico, outros remédios também podem ser usados para aliviar os sintomas. Em casos de pneumonia por fungo (mais rara e mais grave), são usados os antifúngicos.

FONTE: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
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