A participação da terceira idade no mercado de trabalho tem crescido nos últimos dois anos no
Brasil. É o que mostram os dados da Pnad Contínua,
pesquisa recentemente divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Segundo o levantamento, no 2º trimestre de 2012, pessoas com mais de 60
anos correspondiam a 6,2% da população economicamente ativa, passando para 6,5%
no mesmo período de 2014. Paralelamente, a participação de jovens de 18 a 24
anos recuou: no intervalo mencionado foi de 14,9%, para 13,8%.
O aumento na expectativa de vida do brasileiro leva as empresas a
empregarem cada vez mais idosos, apesar do preconceito. A data de nascimento é
um dos primeiros filtros usados para selecionar um candidato.
Um dos maiores obstáculos no caminho dos mais velhos é a informática.
Não há chance em um processo seletivo se não buscarem suprir a lacuna
tecnológica com cursos especializados.
Competências e áreas
Apesar de ainda oferecerem resistência a profissionais idosos, muitas
empresas têm percebido valor em competências que só chegam junto com a idade. Apoiados
em sua ampla experiência, os mais velhos podem ser essenciais na hora de tomar
decisões de negócio, por exemplo. A responsabilidade e o senso de compromisso
também costumam ser diferenciais de quem está nessa faixa etária.
Por isso, é comum que eles sejam mais demandados em empregos que exigem
trabalho intelectual e longa experiência técnica. Os setores que mais absorvem
a terceira idade são a indústria e os serviços - no segundo caso, sobretudo
consultorias.
Outra área que atrai esses profissionais é a de recursos humanos. O
detalhismo e a capacidade de observação são competências úteis para o
recrutamento e a gestão de pessoas, e isso eles têm de sobra.
Quando parar?
Idosos que optam por continuar no mercado de trabalho - ou regressar a
ele depois da aposentadoria - costumam ter duas possíveis motivações. A
primeira é financeira. Muitos precisam trabalhar por conta do baixo valor da
aposentadoria ou pela necessidade de ajudar com a renda de filhos e netos. Outra
razão pode ser de ordem emocional e psicológica. Trabalhar faz com que se
sintam prestigiados, úteis, inseridos na sociedade.
Se não há pressão financeira, o ideal é pesar prós e contras antes de
procurar um emprego. Você precisa sentir que essa é mesmo a alternativa mais
saudável para o seu corpo e para a sua mente.